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segunda-feira, 29 de julho de 2019

TORRE EIFFEL - COMO FOI CONSTRUÍDA A SENHORA DE PARIS.


               A primeira proposta concreta para erguer uma "torre de 1.000 ppés" (304,80 metros)  foi feita pelo inglês Trevithick em 1833, mas não foi levado a cabo. Também por ocasião da Exposição Universal de Filadélfia em 1874, também houve uma tentativa que também não foi à frente. 
                Em 1884 foi elaborado o primeiro anteprojeto para uma torre metálica de 300 metros de altura, na comunicação oficial de Eiffel. Havia então uma série de vários projetos. A população entusiasmou-se, por exemplo, com a ideia de uma "torre solar" de 300 metros de altura, com um foco no cimo, o que transformaria a noite parisiense num dia claro. Numa das plantas da torre pensava-se em instalar um hospital para curas de alta montanha. 
                  Depois de muitos debates, o  Ministério de Comércio, de cuja competência dependia a exposição, preferiu o plano de Eiffel. Ficou decidido que a torre fosse erguida sobre uma superfície de 125 metros de lado. ainda não havia sido decidido o local exato onde seria erguia a torre. Diante dessa  indefinição foram estudados 107 possíveis lugares para a sua colocação.
                  Uma outra questão era motivo de muitas discussões. A comissão da exposição queria construir a torre em forma de uma ponte sobre o Rio Sena; mas, devido às ás condições do solo nas laterais do rio ficou inviabilizada. Finalmente escolheu-se o Campo de Marte, onde era a ideia preferida pela maioria. 
              Como era de se esperar, o engenheiro construtor escolhido foi Alexandre Gustave Eiffel. Muito antes da construção da "sua" torre, ele já era considerado o maior especialista do mundo em construções metálicas, portanto , o mais qualificado, além de já ser célebre como  fundador da aerodinâmica. Da sua empresa Eiffel haviam surgido dezenas de grandes estruturas metálicas em todo o mundo. Todavia, depois passou-se a conhecer o já célebre engenheiro apenas como Eiffel em homenagem a esse seu grande feito. Em certa ocasião ele assim se expressou:"Esta torre ainda será a minha morte" disse suspirando, "como se eu não tivesse feito mais nada na vida. " 
              Os trabalhos preliminares da torre  começaram em 1866. Para os quatro pilares foram construídos alicerces de 26 metros quadrados, que penetraram 14 metros de profundidade na margem do Sena junto ao Campo de Marte e 9 metros na outra margem. A finalização dos alicerces aconteceu em 30 de junho de 1887, portanto, dois anos antes da inauguração da exposição universal, quando, então deu-se início á construção da torre propriamente. 
              O público reagiu das mais diversas formas à construção de tal envergadura. Enquanto oficialmente ela era muito elogiada e referida como "triunfo da cultura industrial", a  "obra prima da moderna arquitetura metálica" e "símbolo do nascimento da França" (após a derrota de 1871), houve por outro lado escritores famosos, pintores e arquitetos que se reuniram para protestar mesmo antes de as obras terem começado. "Em nome do bom gosto" e como "amantes apaixonados da até agora intacta beleza de Paris" ergueram-se desgostosos contra a caríssima construção da "inútil e monstruosa" Torre Eiffel, promovendo um grande abaixo-assinado. 
                Guy de Maupassant, um dos signatários do abaixo-assinado, fazia troça da "pirâmide horrorosa e fragmentária",  numa entrevista explosiva. Eiffel, juntamente com a direção da exposição, tinha muito que lutar em defesa da torre , que seus inimigos classificavam como "construção de um  ridículo vertiginoso" e que domina Paris como chaminé negra e gigantesca". Mas de nada serviram os protestos. O Estado francês apoiava a Sociedade  da Torre Eiffel, fundada com um capital de 5,1 milhões de francos. Os trabalhadores prosseguiam como tinham sido projetados. E quando, um ano após o início da obra, foram   terminados os quatro  pilares até o primeiro andar, Eiffel mandou lançar um castelo de fogos de artifício. A partir deste primeiro andar, que ficava a 58 metros de altura, ergueu-se a torre até a segunda plataforma (116 metros) e a terceira (273 metros). Participaram nos planos para as 15.000 peças de que é feita quarenta desenhistas, durante dois anos. Uma fábrica de Clichy produzia as peças nas medidas previstas, de forma que depois era só aparafusá-las. 
               A construção acabada pesa 9700 toneladas; extraordinária massa de aço, e apesar disso uma obra de filigrana. Só o ar contido num cilindro de 300 metros de altura , em cuja base estivesse inscrito o quadrado da base da torre, pesaria mais do que toda ela. 
              Para acabar a torre na data marcada havia que trabalhar dez horas por dia, mesmo durante o duro inverno de 1888 a 1889. Em 31 de março a Eiffel pôde içar a bandeira tricolor no cume da torre.  Estava tudo pronto para a inauguração da exposição no dia 6 de maio de 1889. A empresa não só fez um grande negócio com as visitas (já no ano da inauguração a importância recebida pela Sociedade da Torre Eiffel foi superior ao capital inicial), como também o fez com a venda de pequenas reproduções da torre.
               Hoje, a Torre Eiffel faz parte inseparável da paisagem de Paris. Com todo o sucesso turístico que este maravilhoso empreendimento trouxe para a cidade, ainda hoje se houve protestos alegando, entre outras razões, que "destrói o aspecto da cidade". É célebre a anedota que se conta do homem que todos os dias, enquanto vivo,  subia ao alto da torre em protesto; sua alegação é que somente dali ele não via a torre Eiffel. A literatura e a arte apropriaram-se da "Senhora de Paris". Já não se fala de "ridículo vertiginoso"; pelo contrário, sente-se uma espécie de terno cartinho por este testemunho da época de ferro que acabava de nascer, e que faz parte da imagem de Paris, mesmo que já não constitua sensação técnica nos nossos dias. A Torre Eiffel não perdeu nada da sua atração, do seu significado técnico, ou da sua força simbólica. Pelo contrário, desde que foi inaugurada só tem aumentado o número de visitantes que nela sobem pelos elevadores que, rangendo, transportam de tudo.  Do restaurante panorâmico pode-se gozar uma vista impressionante sobre a cidade. Já não mais conseguimos mais conceber Paris sem a Torre Eiffel; ela é a própria Paris. 
                 

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