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domingo, 27 de março de 2011
A TERCEIRA ORELHA DE STELARC
A TERCEIRA ORELHA DE STELARC
Desde a década de 60 que o artista performático autraliano vem fazendo experiências sobre os limites do corpo huamno e as possibilidades de transformá-lo.
Falando sobre sua mais recente obra - o implante de uma orelha no antebraço - ele disse que descobriu o prazer de como se conectar a esta necessidade humana de expressar algo, cujo resultado chamamos de arte, que vai além da compreenção dos sentidos do corpo. Para ele a condição biológica humana não está apta a atender às novas necessidades impostas pelo cenário midiático que estrutura o pensamento. Considera que o corpo humano está obsoleto epropõe um completo redsign. Para ampliar sua obra ele pretende instalar microfones na sua terceira orelha para que, através da internete e de outros meios de comunicação, as pessoas possam escutar o que ele está ouvindo naquele momento.
Conhecido mundialmente por suas experiências futurísticas e bizarras com o próprio corpo, o artista incorpora temas da "maquinização" humana em suas obras. " - Nos podemos agora ser engenheiros de órgãos externos adicionais para o nosso corpo funcionar no mundo tecnológico que agora habitamos," afirmou Stelarc. O artista, com sua obra excêntrica, nos leva a refletir sobre a possível evolução do corpo humano e animal, que estaria além de nossas conhecidas capacidades atuais, e a nos perguntar quais serão os limites científicos e éticos para a criação de órgãos sem corpos?
Desde a pré-história, o homem pretendeu modificar sua imagem corporal e adaptá-la ao seu gosto pessoal. Para adornar orelhas, lábios e narizes, os povos primitivos sacrificavam o próprio corpo, perfurando e implantando objetos estranhos. A cirurgia plástica, tanto a reparadora como a embelezadora, tornou-se um dos setores mais desenvolvidos da medicina moderna. Ela tem ajudado a natureza, tornando o ser humano mais belo e confiante em si próprio. Mas é apenas um pequeno fragmento do complexo mosaico das práticas cirúrgicas para embelezamento e correção do corpo humano. Stelarc está abrindo um novo caminho que certamente também será utilizado para embelezamento do corpo a exemplo do uso de pirsing e outros corpos estranhos.
Do ponto de vista artístico, o performático Stelarc tornou-se uma espécie de exposição viva da sua obra.
Quando olhamos um objeto de arte experimentamos a vivência interna que ela nos traz, que pode ser de prazer, espanto ou admiração, e assim abrimos espaços para a manifestação dos nossos sentimentos em relação ao que estamos vendo. A arte de nossos dias tornou-se um emaranhado das experiências humanas, associado aos prazeres sensoriais e intlectuais das mais diversas correntes artísticas, fundamentadas na liberdade individual de expressão.
A forma, aparentemente bizarra, que Stelarc se expressa, sempre estará sugeita às mais recentes tecnologias e criticas. Sua obra mostra que o ser humano é fundamentalmente caracterizado pela possibilidade de liberdade e que mudando nossas mentes poderemos mudar o mundo. Enquanto para muitos pensadores é algo aterrorizante, para ele é uma forma poética e artística, que busca retratar a expansão do corpo no futuro a partir das conecções com as novas tecnologias.
Nicéas Romeo Zanchett
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