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terça-feira, 3 de maio de 2011

AS CRENÇAS RELIGIOSAS

                                       AS CRENÇAS RELIGIOSAS
                  É nas crenças religiosas que o ser humano, motivado pelo medo e esperança,  mostra suas paixões mais primitivas dos instintos naturais. 
                 As primeiras idéias de religião nasceram das preocupações com os acontecimentos da vida, que buscavam uma solução para problemas pessoais e esperança de imortalidade. 
Os homens incultos são dominados pelas paixões ordinárias da vida, pelo temor de calamidades, medo da morte, fome e outras necessidades básicas e então buscam soluções mágicas em sinais obscuros da divindade.
                 A crença na vida futura que abre agradáveis e confortáveis perspectivas é arrebatadora. A superstição aumenta na mesma medida em que o homem vive uma existência governada pelo acaso. Tudo que o enfraquece nas suas disposições interiores, favorece aos interesses supersticiosos. 
                 A busca por soluções divinas são mais freqüentes naqueles que se sentem impotentes diante dos problemas do dia a dia.  Assim sendo, o homem passa a frequentar, com mais pontualidade, cultos religiosos nos momentos difíceis e deixa de fazê-lo quando a vida fica mais agradável. 
                 O deus criado pela imaginação humana passa a ser visto como um protetor particular, onde todas as soluções estão à disposição daquele que se prostra de joelhos e pede ajuda. Levados pela fé, os crentes imaginam que deus ama a lisonja e súplicas e, com exagerados elogios, tentam todos os meios para obter favores. Esses deuses criados são representados como seres semelhantes aos humanos, motivados por amor e ódio, susceptíveis às oferendas, súplicas, pregações e sacrifícios. 
                Para facilitar as atenções de deus, os crentes criaram os semideuses - santos, em algumas religiões - que são mais familiares à natureza humana, e servem para intermediar os pedidos que dirigem a deus. 
               O sacrifício passa a ser visto como uma virtude em si, onde sofrer torna-se o caminho mais curto para o paraíso. O crente sobe escadas de joelhos, se dá açoites, caminha quilômetros sob sol escaldante, pratica o jejum e outras formas de demonstrar sacrifícios para conseguir o favor divino. Assim ele se sente reconfortável, com segurança garantida neste mundo e felicidade eterna no outro.
                 Atualmente, no mundo todo, existe cerca de 60.000 seitas e religiões ativas. Cada uma delas está convencida de que sua fé e culto são os legítimos e, portanto, os mais agradáveis à divindade. Diante de uma multiplicidade de seitas e religiões, fica impossível o não surgimento de animosidades que se constituem nas mais furiosas e implacáveis de todas as paixões humanas. 
                O medo é uma poderosa arma no controle das pessoas. A religião surge oferecendo conforto e segurança para o futuro, e quando o crente já está capturado pelas superstições, passa a ser um escravo contribuinte para os desonestos objetivos dos lideres religiosos. Embora a espécie humana seja dotada de inteligência, a razão nem sempre prevalece diante das superstições e assim ela se torna a maior garantia de prosperidade das religiões e seitas. Elas afundam o espírito humano na submissão e na humilhação mais vil da humanidade.                                     Entretanto, mesmo com todo o caráter dogmático das superstições, a convicção dos homens religiosos é mais fingida que real, ostentando uma fé sem reservas, dissimulando entre si mesmos sua real incredulidade. Pregam o mais absoluto fanatismo que lhes garantem poder e dinheiro. É rotineiro ouvir homens moralmente desqualificados, que se autodenominam pastores, apóstolos, bispos e padres, pregando a castidade, condenando métodos anticoncepcionais e outras práticas, enquanto na vida pessoal são os primeiros a ignorar esses absurdos. 
                A conduta virtuosa é a prática que devemos à sociedade e a nos mesmos. Considerando que agir com integridade é dever de todo o cidadão, a religião deixaria de ser imperiosa e atraente. Em razão disso elas acabam criando os mais absurdos dogmas. Muitas descambam para o curandeirismo, falando sempre em nome de deus e de Jesus, de quem se dizem representantes na terra .   
                Aos oportunistas pouco importa se sob a palavra sonora se oculta a hipocrisia e a mentira.  Dessa forma, constituem-se as igrejas em verdadeiros parasitas do homem crente, uma verdadeira tarântula, através da qual o clero se constitui em uma minoria de privilegiados que vivem sugando e envenenando a vida daqueles que, iludidos por falsas promessas, mantém os olhos fechados para a realidade. Aos poucos as religiões e seitas vão se tornando um ótimo e cômodo meio de vida para a maioria dos pregadores. Trata-se de um verdadeiro comércio com o qual o povo mais humilde tem sido espoliado através dos tempos. 
Não é lógico que o homem atual, que já atingiu tão elevado nível de desenvolvimento, que se verifica  em todos os setores do conhecimento, permaneça preso a crenças de deuses inexistentes, mitos e tabus. 
               A realidade objetiva que predomina entre os pregadores é a exploração da boa fé dos menos aquinhoados intelectual e economicamente. Quem mais contribui para as campanhas das igrejas são aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material alia-se à pobreza intelectual. Nessa condição o mais cômodo, para aqueles deserdados, será esperar pela recompensa das agruras da vida no céu, após a morte. Essas promessas são cumpridas pelos pastores e sacerdotes, a seu modo, a fim de que os pobres vivam de esperanças e não sintam que os ricos pregadores continuam, impunemente, com as mãos em seus bolsos. Esses parasitas são sempre categóricos diante do fiel crente, mostrando-se, contudo, reticente e cauteloso em face do conhecimento científico do homem de saber aprimorado. A este falará tudo, mas evitará abordar o que se refere a deus, religião ou teologia. O homem simples, do povo, raramente compreende a finalidade desse tipo de engodo. É a eterna luta do pobre sendo explorado pelo rico. 
                 Platão salientou a felicidade que existe na prática da virtude. Ensinou a tolerância à injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego demasiado aos bens materiais. Sua moral baseou-se na exaltação da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa.  Quem conhece a obra de Platão pode perceber os traços comuns entre ela e as religiões. Filon inspirou-se em Platão e, a igreja na obra de Filon, que helenizou o judaísmo. 
                 Já tendo ultrapassado a época do medo, a raça humana não se libertou do sentimento religioso, porquanto, existem os que se valem do nome de Deus e das religiões para viverem ociosamente, desfrutando de boa posição e respeito sem, contudo, dar aos homens qualquer contribuição que lhes aproveite para sua felicidade e bem estar. Apenas a promessa de uma boa vida futura, após a morte. Todavia, até esta lhe será garantida apenas com a condição de suportar, pacientemente, muitos sofrimentos em sua passagem pela terra.
                Apesar do aprimoramento científico e tecnológico, sempre em expansão, as religiões tão cedo não desaparecerão da face da terra. O poder público apóia a farsa religiosa, e  é praticamente controlado por ela. O político que ousar apontar as inverdades, as incoerências e o irracionalismo, nunca mais será reeleito.   
                 Diante dessa situação, nada impedirá que continuem angariando mais poder, tanto na mídia como no Congresso. A única esperança é a educação.
As religiões precisam ser vistas como associações de pessoas motivadas por interesses e idéias comuns. Nunca, porém, como uma entidade onde os seus lideres são os representantes de Deus Universal no planeta Terra.
ALBERT EINSTEIN disse: "O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo, numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o  nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o aclicerce de nossa segurança interior." 

Nicéas Romeo Zanchett
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