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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A CRIATIVIDADE DEPENDE DA LIBERDADE

                  
A CRIATIVIDADE DEPENDE DA LIBERDADE
                 A liberdade é a maior fonte da criatividade. A criação de algo novo, seja uma melodia, uma pintura ou a construção de uma frase que ninguém tenha feito antes, exige esforço criativo. Os momentos de criatividade, em que nascem novas idéias, são imprevisíveis. 
                   Toda a criatividade precisa, acima de tudo, de uma motivação e vontade de alcançar uma meta. Isto é  algo que vem de dentro e freqüentemente é tão frágil que pode ser facilmente anulada pelo ambiente. As fôrças que a inspiram ou tentam estimulá-la moldam sua qualidade.              A motivação intrínseca conduz à criatividade, enquanto a extrínseca pode ser prejudicial. Isto quer dizer que quando somos inspirados pelos nossos próprios interesses temos prazer e maior probabilidade de explorar novos caminhos. Nessa condição somos impelidos a correr novos riscos e assim podermos produzir algo singular e proveitoso. Já quando as metas nos são impostas, por outros ou outras razões, a criatividade fica muito prejudicada. É o caso de quando somos obrigados a produzir pela simples ânsia  de ganhar dinheiro ou pelo medo do desemprego. Artistas talentosos como Van Gogh, Gauguin, Picasso e tantos outros, criavam pelo simples prazer, sem se preocupar com as questões financeiras. Muitos criadores nos legaram grandes feitos, mas viveram e morreram na pobreza. 
                     Os julgamentos constantes podem inibir a criatividade. Já foi comprovado que as pessoas obtêm melhores resultados quando sua produção não está freqüentemente sendo julgada. Escrever poemas, pintar, pesquisar cientificamente  são tarefas que exigem liberdade e concentração. No caso das criações artísticas é muito comum as interferências externas que visam apenas os resultados financeiros. O pintor que é conduzido pelo marchand, mesmo com promessa de recompensa, não conseguirá produzir obras de boa qualidade. Isso fica muito evidente nos nossos dias em que a arte está sendo moldada pelo dinheiro. 
                  Os gigantes da criatividade sempre trabalharam intensivamente, mas a liberdade de criação foi a marca de todas as suas obras. Albert Einstein escreveu 248 trabalhos científicos; Picasso produziu uma média de 200 trabalhos por ano; Thomas Alva Edison registrou 1.093 patentes; Wolfgang Amadeus Mozart viveu apenas 35 anos, mas compôs mais de 600 peças. Todos trabalhavam motivados pelo seu próprio impulso criativo.
                Uma das características dos grandes gênios da humanidade é que começam trabalhar ainda bem jovens e produzem, sem descanso, até o fim da vida.  Johann Sebastian Bach, produziu mais de mil peças  e ditou sua última composição em seu leito de morte aos 65 anos; Sigmund Freud escreveu seu primeiro trabalho quando tinha apenas 21 anos. 
               Existe algo estranho que impulsiona os criadores a se aventurarem, em ritmo frenético, no mundo da beleza ou da verdade até idade avançada, mas o auge da idade produtiva, em sua maioria, é a meia idade, ou seja, por volta dos 40 anos. Ludwig Van Beetovem compôs sua Quinta Sinfonia aos 37 anos, mesma idade em que Miguel Ângelo pintou a Capela Sistina. Mesmo com o avanço da idade, os atributos criativos nunca se esgotam, ao contrário, com o passar dos anos a experiência se soma à criatividade nata. 
            As pessoas criativas são inteligentes, mas o que se observa é que um alto grau de inteligência, por si só, não é garantia de sucesso. Sempre vemos pessoas inteligentes que vivem de forma comum e rotineira sem nunca chegar ao êxito. São pessoas que aprendem uma profissão e a elas dedicam toda uma vida, sem nada de novo criar. É como se sentissem realizadas com o diploma e então param de estudar e passam a viver de forma repetitiva. 
                  Por outro lado, uma capacidade cerebral demasiadamente elevada pode até ser prejudicial. Também uma educação muito elevada, muitas vezes, pode ser um empecilho para a criatividade. É que os gênios criadores confiam mais na sua própria inteligência e costumam frequentar a escola até obterem o conhecimento básico e a capacidade técnica de que necessitam e então abandonam os estudos tradicionais e seguem por conta própria. O conhecimento e a educação, por si mesmos, não tem nada de mal, mas os estudos tradicionais podem inibir a criatividade pela assimilação de métodos rotineiros de fazer as coisas. O conhecimento do "passo-a-passo" acaba impedindo as soluções insólitas, mas criativas. Se, na escola, a pessoa aprende os princípios básicos em vez de simples regras, o conhecimento pode ser verdadeiramente proveitoso. Enquanto, se a pessoa aprende uma fórmula para fazer as coisas acaba entrando numa rotina que facilita as realizações e então não tem necessidade de criar suas próprias maneiras de fazer.
                    Por tudo isso a criatividade e a genialidade são parceiras inseparáveis da liberdade. 
Nicéas Romeo Zanchett
http://gotasdeculturauniversal.blogspot.com.br

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