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domingo, 28 de outubro de 2012

HISTÓRIA DO TEATRO

                         HISTÓRIA DO TEATRO
                O Teatro consiste numa representação de qualquer gênero ou assunto, sugerido ou escrito por autores teatrais e representado por atores, num edifício construído para a própria representação.
                Mas, se o teatro real e próprio nasceu há cerca de 2.600 anos, suas verdadeiras origens perdem-se na noite dos tempos.
                O "senso do teatro"  consiste no desejo de nos liberarmos, de quando em quando, nas asas da fantasia e de esquecer, mesmo que momentaneamente, a rotina diária para personificar ou assistir a peripécias incomuns de todos nós. Esse senso é possível se verificar, em certas brincadeiras de crianças que gostam de improvisar-se atores e de maneira instintiva  recitar e representar  mediante gestos, palavras e disfarces.
               Buscando suas origens no tempo remoto iremos nos deparar com o homem da idade paleolítica, a envergar máscaras e travestir-se, para recitar rudimentares salmodias, danças e, mais tarde, esboços de diálogos, por ocasiões de determinados acontecimentos importantes para a tribo: a colheita, o ingresso dos adolescentes na vida adulta, as núpcias, a saída para a caça, os ritos e orações dos mortos, etc.

As celebrações religiosas teóricamente surgiram de representações teatrais com o objetivos de ganhar graças da divindade, mas a sua verdadeira finalidade era atrair novos membros para os grupos religiosos.

                Envergando a máscara, o celebrante não acredita estar simplesmente travestindo-se, mas julga, ingenuamente, que a divindade à qual sua máscara, imaginariamente, o torna parecido tenha entrado no seu corpo. Nos povos hodiernos, esta identificação do ator com a divindade representada, aos poucos foi desaparecendo.
                     A celebração da missa - ritual da religião católica - teve seu início na idade média quando, depois da "Peste Negra", os sacerdotes resolveram celebrar o ritual ao ar livre para atrair adeptos que estavam sedentos das representações teatrais que haviam sido proibidas para evitar o contágio e proliferação da doença. O ator se tornou cônscio de estar representando um papel, e o público se convenceu de que aquele que lhe estava á frente não era um deus, mas sim um ator disfarçado como tal. Esse novo conceito de representação fez com que ela pudesse tornar-se mais complexa e que se pudessem representar episódios inteiros relativos à vida mítica do deus, enriquecendo-os com partes recitativas e diálogos. As recitações, embora tivessem preâmbulo, acima de tudo, de cunho religioso, e raramente com assunto profano ou humorístico, aproximaram-se muito mais daquilo que nós entendemos por teatro. Lá pelo terceiro milênio a.C, no Egito , ja existiam, de maneira bastante evoluída, representações dessa natureza. Pelo que podemos saber, eram escritas por um encarregado especial e  recitadas  nos templos estreitamente ligados à celebração dos mistérios litúrgicos.

                   O teatro clássico, de que foi herdeiro nosso atual teatro de prosa (drama, comédia e tragédia), nasceu na Grécia, no século V a.C; mas também na Grécia ele foi precedido de cerimônias análogas àquelas descritas, que, nos campos e nas cidades, eram celebradas em honra a Dionísio, deus da fertilidade. Nessas festas agrícolas, que compreendiam longas teorias processionais de bacantes e "sáticos", mascarados com peles e chifres de animais, assumiu grande importância o "ditirambo", uma invocação versificada em louvor a Deus, que se desenvolveu de tal forma precisando-se criar dois "corifeus", que dialogavam entre si, dois "coros", que por meio do canto comentavam, e um terceiro personagem respondia em nome do deus que estava sendo louvado.  Desta representação coral, e conservando, a princípio, os mesmos argumentos religiosos, derivou-se o gênero teatral mais importante que vamos encontrar representado em Atenas, no século V: a "tragédia". Além das tragédias, em cuja composição brilharam os melhores atores, como Ésquilo, em que o tema é quase sempre religioso, e Sófocles que, mesmo agitando problemas altamente morais, muito mais aprofundou os dramas do homem, firmando-se um gênero teatral de carátel profano e realista, cuja sátira moral abordava os assuntos mais escabrosos da vida citadina: a "comédia".  Tragédias e comédias eram representadas durante as festividades  dionísicas, que ocorriam quatro vezes por ano. Acima de tudo, as tragédias eram consideradas como parte  dos festejos religiosos; por este motivo, o público se sugeitava a permanecer o dia inteiro no teatro, pois uma representação compreendia três tragédias e um drama satírico, espécie de breve comédia. À reprsentação inaugural assistiam, sempre, os sacerdotes de Dionísio e os magistrados. Durante longo tempo, a tragédia gozou da máxima honra, e muitos tratados sobre a maneira de escrevê-las foram organizados por Sófocles e pelo grande  filósofo Aristóteles; as obras teatrais eram sempre escolhidas após rigorosa seleção e mediante um concurso regular; ao fim da estação teatral, era premiado o autor das melhores obras. Os atenienses amaram profundamente o teatro, não só pelo divertimento que lhes proporcionava, mas também pelo valor educativo que inspiravam os assuntos tratados e por esse motivo as mulheres e crianças eram admitidos às representações. Para isso o govêrno não só remunerava os atores, subvencionava os empresários teatrais, mas ainda se preocupava em reembolsar os pobres dos gastos necessários para assistir à representação, e o cidadão era sorteado para ensinar o coro para a tragédia e garantir as despesas para sua manutenção. Os atores gozavam de grande estima. Raramente eram autores do original, com número de três e, nas comédias, por vezes encarnavam vários personagens.
                    A partir do século IV, os espetáculos deixaram de ser obrigatoriamente ligados ao culto dionisíaco e, na Sícília, na Macedônia, na Tessália, no Egito, bem como em toda a parte onde o teatro grego estivesse difundido, prevalecia o uso de festejar, com representações teatrais, qualquer acontecimento importante da cidade. Já com Eurípedes, o último grande trágico grego, as tragédias não possuíam mais o valor religioso, e a comédia, depois do grande comediógrafo Aristófanes, perdeu o áspero poder satírico, tornando-se, o enredo, sempre mais vulgar. Sem, contudo, gozar do acesso aos teatros, mas contendo-se em ser representado nos grandes espetáculos de praça pública, assumiu grande voga o "mimo", uma espécie de farsa, entremeada de danças e jogos representando cenas de costumes plebeus, que estivessem na moda em Roma.
                Dessa forma, o teatro como rito passou ao teatro como passatempo; o ator, bem como o jogral e o gladiador, devia divertir o público sem malícia e sedento de novidades; e tudo quanto deriva do gosto grego era novidade na Roma dos Césares. Foi assim que nasceu uma literatura teatral  de importação, que refazia os temas gregos, escolhendo espontaneamente aqueles mais adequados ao espírito latino. 
                Roma acolheu o teatro grego quando os grandes  gêneros da tragédia e da comédia  já estavam em decadência, nem, de resto, o realista espírito romano teria compreendido o alto espírito religioso e moral das obras  gregas da idade clássica. Antes que Lívio Andrônico, um liberto de origem grega, traduzisse para o latim e introduzisse nos teatros romanos algumas tragédias e comédias gregas (cerca de 240 a.C.) e que Névio, depois dele, desse início a um teatro que representava  cenas da vida romana, em Roma, já estavam e uso alguns primitivos espetáculos cômicos, aliás, nunca representados em teatros regulares e introduzidos na Urbe por atores campânios e etruscos: o "fescenino" e a "sátira", espécies de palhaçadas ou pantominas, e a "atelana", outra espécie de farsa com entrecho romanceado (fábula), recitada por atores mascarados, que personificavam tipos fixos (algo parecido com Bringuela, Polichinelo, Pantalão, etc.) Mas, também em Roma, com os poetas trágicos Ênio Áccio e Pacuvio, floresceu um teatro (e as tragédias se chamavam "tragoediae praetextae" (nome, em latin, que lembrava a toga romana, em que se inspiravam o vestuário dos atores); entretanto a veia espontânea e nativa dos romanos orientou o teatro, de preferência, para o gênio cômico, para as encenações espetaculares, para as comédias: "paliate", se de argumento grego, "togadas", se de argumento romano, "trabearte, se os protagonistas eram cavaleiros, "tabernarias", se eram tipos populares, ou, então, para os mimos, as "atellane" e, no período imperial, para os grandes espetáculos circenses. Os romanos iam ao teatro mais para se divertirem do que para colherem, nas palavras dos atores, qualquer ensinamento e sendo, também na comédia, proibida qualquer sátira política, que a democrática Atenas permitia amplamente, ao teatro não restou senão seguir as pegadas do realismo bastante romanceado (como nas obras do grande Plauto e naquelas mais delicadas de Terêncio), e,o que é pior, para piadas inconvenientes. 
               Os edifícios para representações surgiram, em planta estável, relativamente tarde; tiveram estruturas grandiosas, aparato cênico bastante complexo e luxuoso; mas os atores, dado ao pouco valor que os romanos atribuíam ao teatro, eram  desprezados, e sua profissão não era considerada digna para homens de condição livre. 
                Na lenta, mas progressiva decadência do Império Romano, o teatro foi tornando-se sempre mais corrupto e imoral e, com o aparecimento do espírito cristão, a nascente Igreja condenava todos os espetáculos teatrais, proibindo aos fiéis de assistirem às representações. Consideravam condenável aquele gênero de teatro e não o teatro  como representação em si, porque, na Idade Média, o Teatro renasceria, justamente no seio da Igreja.

               Em certo sentido, o teatro voltaria a ser ritual, sua função novamente educativa e sacerdotal, num clima renovado e mais inocente. Iria começar um novo ciclo, um ciclo eterno; primeiro, o teatro sacro e primitivo das idades infantis da história; depois, o teatro solene, que exalta a atividade do homem como ser moral; em seguida a farsa e o divertimento puro.
                 Atualmente o teatro moderno compreende todo o espaço que modeia entre o pano de frente e a parede de fundo. No sentido de largura, o teatro compreende, ao centro, a "cena" ou o "palco", isto é, o lugar em que se desenrola a ação é aquela que fica à vista do público; reservando as manobras, fica a parte dos bastidores na mudança de cenários. No sentido de altura, o teatro compreende três partes; o subterrâneo, por onde se faz todo o trabalho dos alçapões, a cena propriamente dita e o "urdimento", onde se fazem várias mutações. 
              Hoje,  em todos os centros adiantados, já existem palcos móveis, sobretudo nos grandes teatros, e isso permite a apresentação simultânea de vários quadros, quando as peças a representar são de muito movimento. 
              A iluminação da cena é muito elaborada e com efeitos especiais. A rampa tem um ranque de lâmpadas elétricas. As gambiarras, dispostas do mesmo modo, ajudam na iluminação do cenário. Os projetores dão a variedade de cores e iluminação com aspectos maravilhosos. Um verdadeiro show de esfeitos especiais.
Nicéas Romeo Zanchett 
http://selecaodehistoriasinfantis.blogspot.com.br 
http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br

2 comentários:



  1. Gostei muito do seu LOGSPOT.
    Vou ficar sempre entrando para ler seus trabalhos.
    Boa semana. Abigail

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