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terça-feira, 1 de maio de 2012

OS DIFERENTES GRUPOS DO ORIENTE MÉDIO

                              OS DIFERENTES GRUPOS DO ORIENTE MÉDIO
                                                   Por Nicéas Romeo Zanchett 
                    A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático e é conhecida como Ásia Central. A população em torno de 260 milhões de habitantes está distribuída numa extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados. 
                   Trata-se de uma das áreas mais conflituosas do mundo. São muitos os fatores que contribuem para isso, entre eles: a sua própria história - local de origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas difíceis condições naturais com falta de água - a maior parte dos países  ali localizados é dependente de água dos seus vizinhos; a existência de grandes recursos estratégicos no subsolo - petróleo.
                     Para entender o Oriente Médio é preciso considerar a história e suas tradições, conhecer e compreender as distinções básicas existentes naquela região. Árabes, curdos, turcos e persas são grupos étnicos, enquanto xiitas e sunitas são seguidores de correntes do islamismo. Deve-se levar em conta o fato de que nem todo o muçulmano é árabe, como também nem todo o árabe é muçulmano. 
                     Os árabes são o maior grupo étnico do Oriente Médio. São maioria no Egito, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, nos países da península Arábica e nos territórios sob a Autoridade Palestina. Também estão presentes nos países do norte da África. O grupo é originário da península Arábica, de onde se espalharam , a partir do século 7, em uma grande corrente migratória provocada pela expansão do islamismo. Entretanto, não é a religião o principal fator que os une e sim a língua que pertence ao tronco semítico (assim como o hebraico). 
                    Os persas são descendentes de povos indo-europeus que chegaram à região do Irã através da Ásia Central por volta do ano 1000 a.C. Sua língua é escrita em caracteres árabes. 
                        Os turcos são originários da Ásia Central, de onde migraram por volta do século 10. Eles formam mais de 80% dos habitantes da Turquia. Seu idioma era escrito em caracteres árabes até 1929, quando se adotou o alfabeto latino. É preciso não confundir árabe com turco. Essa confusão teve origem por ocasião da entrada de imigrantes em nosso país (Brasil) quando árabes usaram passaporte turco como documento oficial para aqui serem aceitos. 
                    Os curdos formam o maior grupo étnico sem Estado do mundo. Eles ocupam um território de cerca de 500 mil quilômetros quadrados que engloba parte da Turquia, Irã, Iraque, Síria, Armênia e Azerbaidjão. Seu idioma é indo-europeu, como o persa, mas a grafia é variável. Os curdos da Turquia usam o alfabeto latino, enquanto os da Síria, Iraque e Irã usam o árabe. 
                    A religião exerce um forte domínio sobre este povo, onde 90% da população é seguidora do islamismo. O islamismo tem duas principais vertentes: o sunismo e o xiismo com mais de 1.3 bilhões de seguidores em todo o mundo. Os sunitas são a maioria, cerca de 85% do total. A palavra sunismo vem do árabe sunnat annabi ("tradição do profeta").  Os xiitas são maioria apenas no Irã, Iraque e Barem. Entre as diferenças  destaca-se o gestual realizado durante as orações. 
                    A maioria dos muçulmanos da Turquia é sunita. A população, naturalmente, é distribuída de forma muito desigual com 80% de turcos e apenas 18% de curdos. 
No Irã os xiitas são maioria esmagadora. Os persas compõem 66% da população. Há ainda os azeris, que falam uma língua correlata ao turco, curdos e árabes. 
                    A Arábia Saudita é o berço da cultura árabe e do islamismo. Foi lá que nasceu Maomé e é lá que ficam as cidades mais sagradas do Islã, Meca e Medina. A maioria da população é sunita. 
                    Meca é a cidade mais sagradas para todos os muçulmanos. Ali está o santuário da Caaba, local de peregrinação anual (hajj) construído por Abraão, o patriarca bíblico. Todo o fiel deve fazer suas cinco orações diárias voltado para Meca.
                    Medina é o segundo lugar mais sagrado para qualquer fiel do Islã. É  a cidade que guarda os restos mortais do profeta Maomé e foi o local para onde ele fugiu no ano de 622. Essa fuga é chamada de Hégira e marca o início do calendário muçulmano. 
                    Karbala é um santuário xiita onde está o túmulo de Hussein, neto de Maomé. Ele acreditava ser o sucessor do profeta, mas quem assumiu o trono foi Yasid. Seu assassinato marcou o cisma  entre os xiitas - seguidores de Ali, pai de Hussein - e os sunitas. É considerada a quarta cidade mais sagrada do xiismo.
                    Najaf, localizada a 160 Km ao sul de Bagdá, é o terceiro local de adoração dos xiitas. Lá está o túmulo de Ali, genro de Maomé e pai de Hussein. Os xiitas consideram Ali como legítimo sucessor de Maomé. Ao contrário de Meca e Medina, a cidade é aberta aos muçulmanos. 
                   Mashhad, cidade próxima à fronteira com o Afeganistão, é onde está o túmulo do imã Ali al Rida, mártir para os muçulmanos xiitas.  É um importante centro de peregrinação no Irã, considerada a quinta cidade mais sagrada  do xiismo.
                    Jerusalém está situada nas montanhas da Judeia, entre o mar Mediterrâneo e o mar Morto. Possui locais sagrados para três religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo. É o maior centro de tensão do Oriente Médio e a terceira cidade mais sagrada para os sunitas (cristãos e judeus também a tem como um santuário sagrado) Lá está situada a mesquita do Domo da Rocha, de onde Maomé teria ascendido aos céus. 
                    As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus e americanos, geraram e continuam gerando vários conflitos. 
                     Os novos Estados árabes - Iraque, Kuwait, Síria, Líbano e Jordânia, vivem em conflitos por recursos naturais. O mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o final da Segunda Guerra Mundial, havia migrado cerca de 500 mil judeus.  Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes o atacaram. Foi a primeira das guerras entre árabes e israelenses.  
Nicéas Romeo Zanchett 
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