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domingo, 28 de julho de 2019

GENGIS KHAN - O GRANDE IMPERADOR MONGOL.



Muitas pessoas não sabem, mas a poderosa China já foi comandada pelo imperador Mongol Gengis Khan. 

                 Em princípio o nome "mongol" refere-se apenas a um pequeno povo disperso pela Mongólia, exterior, cercado ao norte pelos merkitas, a leste pelos tártaros, ao sul pelos keraitas e a oeste pelos turcos naimanos e uigure. 
                  Como os turcos e os manchus, os mongóis são de origem altaica, provindos dos montes Altai, na Mongólia. Ao que tudo indica, era um povo que dominou o norte da China no século IV a. C. 
                     No início, os mongóis formavam um povo de guerreiros e pastores nômades, que desprezavam quaisquer atividade organizada e ignoravam a agricultura e a escrita. Sempre viveram em lugares muito castigados pelo clima e com oscilação. Por essa razão mudavam-se constantemente. Ficavam em determinado lugar até o começo do verão e depois subiam às montanhas fugindo do calor. Sempre moravam em tendas improvisadas e fáceis de serem transportadas nas carroças sempre puxadas por bois. Os cavalos eram reservados para montaria e locomoção de guerreiros. Eram excelentes cavaleiros e arqueiros.  Viviam basicamente da caça e pilhagem dos menos indefesos. 
                 A unificação das tribos e as sucessivas conquistas foram resultantes da liderança de Gengis Kahan.  Há uma lenda que que diz que este valoroso guerreiro ficou famoso perante todas as tribos por ter morto um lobo cinzento que devorava a terra. No início enfrentou a rejeição das tribos e da própria família, mas voltaria a conquistar sua liderança vencendo rivais de clãs distintos conseguindo, assim, unificar os povos mongóis sob seu comando. 
                   À noite sempre instalavam-se ao redor do fogo e qualquer acontecimento relevante - nascimento, morte,  casamento, boa caçada, batalha bem sucedida - era motivo de grande festa, com banquete e muita bebida. 
               Apenas de nômades e sem organização estatal, os mongóis tinham uma hierarquia social rígida; dividiam-se em tribos, cada uma formada por clãs e estes por famílias. O clã reunia todas as famílias de mesma ascendência e tinha um chefe que se subordinava ao chefe geral da tribo. Dirigiam-se ainda em quatro grupos sociais: a "aristocracia" dirigentes, os guerreiros, os homens comuns e os escravos (prisioneiros de guerra). Cada clã dispunha de um determinado território onde praticava a economia de subsistência sob forma comunitária. A ele pertenciam as pastagens e  cada um tinha sob suas ordens  um grupo de guerreiros. 
                Segundo a revista "Mundo Estranho", Gengis Khan foi um dos militares mais bem sucedidos da história da humanidade; ele foi o imperador que mais conquistou territórios na história, dominando quase 20 milhões de km² (equivalente a 2,3 vezes  do território brasileiro).
                       O pequeno Temudjin nasceu  na Mongólia na década de 1160, provavelmente em 1162. Supõe-se que era descendente de um líder mongol conhecido como Kabul Khan, do clã Bojingin, que por alguns anos manteve a Mongólia unificada, mas logo as tribos se dividiram e cada uma passou a ser governada por um clã. 
                  Como quase todos os mongóis, Temudjin  certamente fora treinado  como arqueiro montando desde muito jovem. Desde logo mostrou sua grande habilidade como arqueiro comandando a montaria apenas com os joelhos, ficando, assim, com as mãos livres para a total destreza no arco e flecha. 
                  Determinado a unificar a Mongólia, Temudjin determinou as leis dos mongóis. Sua força já era conhecida em toda a Mongólia e aproveitou-se disso para aumentar o número de clãs aliado. Uma grande parte dos clãs preferiram aderir ao  seu rival Jamkha, que pregava sua destruição. Com essa situação a Mongólia ficara dividida e os dois exércitos se encontraram para a batalha final na qual Temudjin foi vencedor. 
               Em 1206, uma grande assembléia entre os chefes de todas as tribos das estepes proclamou Temudjin, então com quarenta e cinco anos, como Genhis Khan, "o clã dos clãs".  Criou-se uma hierarquia militar e um poderoso exército foi muito bem treinado e organizado. 
                 Em 1207 - 1208, os mongóis foram forçados a expandir seu território de pastagem devido algum problema climático nas estepes. 
                   Com um exército tão poderoso, Gengis Khan resolveu partir para o sul e invadir as terras do reino de Hsi Hsia, também chamado de Xicia, vassalos do Império Chines, que nesta época estava dividido em duas dinastias: o Império Jin, ao norte e o Império Song, ao sul. Nesta época já havia a temida Muralha  da China com fama de intransponível. 
                     Depois de atravessarem a muralha contornando-a chegaram á China, cujo reino estava dividido entre as dinastias Jin e Song. As vastas plantações de arroz e riquezas da cidade atraíram mais atenção de Genghis Khan do que a possibilidade de se tornar senhor da China. Na conquista do reino Jin, Genghis Khan recrutou um jovem chamado Yeh-lu Chu'u-ts'-ai como seu conselheiro pessoal. Essa influência tornou Genghis Khan mais tolerante e menos agressivo em batalha, estimulando-o a evitar esforços exagerados na guerra e conservar as terras cultivadas ao invés de transformá-las em pastagens. 
                   Quando marchou até Pequim, o mais avançado centro urbano da época, viu que a cidade era cercada de muralhas de doze metros de altura. Naturalmente que uma luta em campo aberto seria impossível. Diante disso não teve nenhuma pressa; acampou seu exército cercando a cidade e impediu que os suprimentos entrassem em Pequim. Esses suprimentos foram usados para suprir seu exército. Com a ajuda de engenheiros chineses  dissidentes, construiu catapultas e outros artefatos de guerra e, finalmente, invadiu e em 215 dominou e arrasou  aquela grande cidade. Os chineses constroem para ele uma nova capital, Karakorun, à beira do rio Orkon. Domina o reino de Quara Khitai no Turquestão Oriental, em seguida ataca o Turquestão Ocidental e faz desaparecerem ads cidades de Samarkhand, Nichapur e Herat. Faz expedições à Pérsia, à Geórgia e ás planícies do Rio Don.  Ao morrer em 1227, seus mongóis já controlavam toda a Ásia superior, numa extensão de 6.000 quilômetros. Genghis Kham é sucedido em 1229 por seu terceiro filho, Ogodei, que se torna Grão Khan. Sob seu reinado, a conquista mongol prossegue permanentemente ao progresso de sua civilização. Ogodei estabelece a capital de seu império em Karakorum (1235) que se torna a mais faustosa das cidades. 
              Os exércitos mongóis continuaram invadindo novas terras. Em pouco tempo faz cair sob seu domínio toda a Pérsia. Em seguida penetram na Europa; de 1127 a 1240, invadem Kiev a Polônia e a Sibéria; em 1241 vencem os húngaros e chegam até Viena e à Itália. 
                  De 1251 a 1259  Ogodei é sucedido por Mongka, que continua a estender o domínio sobre a China e em 1258 incorpora o califado de Bagdá. 
                Em 1259, sobe ao poder o chefe mongol Kublai Khan para completar o trabalho dos seus sucessores na China. Em 1277 com a queda de
Cantão, a China inteira estava sob domínio mongol. 

                Em 1280, Kublai Khan abandonou Kara-korum e instala-se em Pequim e proclama-se Imperador de China, fundando a dinastia Yüan. 

Para melhor compreender as dificuldades enfrentadas pelos mongóis para invadir a China 
é preciso lembrar que a Muralha da China já existia  desde 246 a.C. 
                   A construção da Muralha começou  no ano 246 a. C.
                   Na China havia chegado ao poder o jovem Imperador Chines Chi Huang-ti, filho de uma "bailarina ambulante", que após a morte do pai, no ano 246 a. C., com a idade de 13 anos, assumiu um poder, para o qual, certamente não estava pronto. Pelo medo e sua criativa imaginação, idealizou a construção da grandiosa Muralha da China, que na época estava toda dividida em estados separados e sempre em pé de guerra.
                   Esse jovem imperador vivia em permanente pânico e ameaçado por tudo, mas possuía um dom especial de escolher bem os generais e primeiros-ministros. 
                 A Grande Muralha impediu as invasões durante mais de 1400 anos. E, então, no século XIII, surgiu o  Grande Gengis Khan. Esse guerreiro mongol, um dos conquistadores mais terríveis que o mundo já conhecera, tomou de assalto a Grande Muralha e invadiu a China; mas nem mesmo ele conseguiu  conquistá-la definitivamente. Os mongóis sucederam no poder os imperadores da dinastia "Ming".
                 
                 Durante 300 anos, estes reforçaram e acrescentaram novos trechos da muralha. Os manchos, outros povos mongóis, proveniente do Norte, abriram brechas em seus muros, em 1644, após um cerco de 30 anos, apoderaram-se de China. 


O declínio e a expulsão dos Mongóis da China
               Depois de ter pacificado e dominado a Coréia, Kublai Khan mandou emissários ao Japão para exigir vassalagem, mas esse país recusou-se a reconhecer a soberania do Grão-Khan. Em 1273 os mongóis atacaram o Japão sem sucesso. Fracassaram também as expedições a Java e à Indochina, em 1292. 
              Kublai Khan morreu em 1294 e foi sucedido pelo neto Temur, que adotou o nome chines de Theg-Tsong; mudou as leis para lhe favorecer a sucessão por hereditariedade, mas teve grande oposição entre seus membros e teve de lutar contra os próprios mongóis. 
                 Temur  permaneceu no trono até 1307, e com muito custo manteve a potência mongol. Em seguida teve de enfrentar as massas pobres chinesas que se reuniam nas aldeias em rebeldia contra ele. Logo em seguida criaram sociedades secretas para opor resistência aos mongóis.
                 Em 1355, o sul da China estava em revolta aberta contra a ocupação mongol, enquanto isso o norte era novamente atacado por tribos tártaras que se aproveitavam do enfraquecimento do império. 
              Com muitas frentes de batalhas espalhadas pelo império houve oportunidade para o fortalecimento das forças rebeldes.
               Em 1368, os rebeldes davam o golpe final, entrando triunfante em Pequim e fazendo o imperador fugir. Os demais mongóis seguiram o destino de seu chefe. Mas os antigos domínios alcaicos só seriam realmente restabelecidos no século XX. 
                 É bem verdade que o desenvolvimento da civilização dos mongóis terminou com sua expulsão da China, mas a cultura deste país permaneceria fortemente influenciada por ela. 


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