Vejamos agora, como nasceu essa máquina que , em tempo relativamente breve, percorreu tanto caminho. Como sempre acontece em matéria de invenções, é difícil estabelecer, de maneiro precisa, a propriedade ada ideia. De qualquer maneira, um foto curioso é que, desde 1714, data de registro de uma patente do inglês Henry Mill para um engenho mecânico que permitia imprimir, por meio de alavancas, uma escrita sobre uma folha de papel, até quando uma análoga patente foi registrada em nome do italiano Pelegrino Turri (1803), a concepção das máquinas de escrever foi exclusivamente feita no sentido de ajudar aos cegos. Sentado diante de algo, que poderia ser comparado ao velho cravo musical, o cego, levantando alavancas dotadas de letras tipográficas, conseguia, com bastante facilidade, formar, no papel, um pensamento.
Mas nos primeiros anos do século XIX, nasceu, contemporaneamente, em vários países, inclusive no Brasil, como veremos adiante , a ideia de que semelhante engenho poderia servir também pára aqueles quem enxergavam . Em 1829, o americano William Austyin Burth obtinha a patente para um seu modelo de máquina de escrever, que ele denominou Typografh. Poucos anos depois, o francês Xavier Projean (1833) dava um passo à frente, inventando uma análoga ( Ktypographe), na qual, porém, os martelinhos batiam, através de uma fita copiativa, sobre um cilindro central. O americano Charles Th'urber, em 1843, modificou ainda a ideia, melhorando-a.
Seguem-se outros inventores: Oliver T. Eddy (1850), J. B. Fairbankes (1850, Hughes (1850), Wheaststone (1851), Jones (1852), A. Ely Beach (1856), Samuel W. Francis (1857), J. H. Cooper (1856) Henry Harger (1858), F. A de may (1863) e John Pratt 1866).
Entretanto, até aquele momento, todas essas máquinas obedeciam a uma única característica: cada letra era impressa após um movimento de teclado. Foi o italiano Giuseppe Ravizza, um advogado de Novara, o primeiro a idealizar uma máquinas com o teclado fixo e o movimento do carro em sentido longitudinal (enquanto o papel se movimentava em sentido vrtical), o que constituíam verdadeiro progresso nesse campo. Para esse seu engenho (modelo), o governo da Sardenha entregava a Ravizza uma patente que documentava a prioridade da ideia. Nas anos sucessivos, ele aperfeiçoou sua invenção, criando novos modelos, mais práticos. Mas ainda restava muito para resolver e Ravizza não o ignorava, A escrita invisível, porque os martelinhos batiam sempre no lado inferior do cilindro, pelo que era necessário, todas as vezes, levantar o carro para verificar o que estava escrito. Diante disso, o genial advogado pôs mãos à obra, a fim de criar um novo tipo de máquinas de escrever que eliminasse tal movimento
Entrementes, outras patentes para máquinas de escrever, não muito diferente daquelas de Ravizza, tinham sido concedidas nos Estados Unidos. Um deses construtores, Cristóvão Latham Sholes, um jornalista e tipógrafo mais empreendedor que os demais, pensou em dirigir-se a uns ricos armeiros, Irmãos Remington, de Ilion , Haekimor, Nova York, para auxílio financeiro. Os Remington, imediatamente, verificaram que a máquinas de escrever tinham um belo futuro e, como a guerra civil já terminara, deixaram de fabricar espingardas e começaram a construir, ao lado das máquinas de costura, também máquinas de escrever. Coria o ano de 1867. Em 1874, aperfeiçoando o modelo de Sholes, um bom número de sólidas máquinas de escrever já havia saído das oficinas Remington, que compraram o invento por 12.000 dólares, quantia fabulosa para a época.
O primeiro a procurar inspiração no teclado do címbalo escrevente foi o Senhor Clemens, o autor das "As aventuras de Tom Saweyer", que nós todos conhecemos melhor sob o pseudônimo de Mark Twain. Em 1875, Twain escrevia à Sociedade Remington: "Rogo-lhes não contas a ninguém que possuo uma de suas máquinas. Escreveram-me de toda parte, perguntando-me como é feita e quais as vantagens que possuo em usá-la. Não gosto escrever cartas e, por isso, desejo que ninguém saiba que estou usando esse estranho objeto."
A curiosidade do público foi logo satisfeita. Durante a exposição de Filadélfia, em 1876, qualquer pessoa, pagando 25 m centavos, podia ter o privilégio de enviar uma mensagem ou uma saudação datilografada. Note-seque essa maravilha estava ainda com os caracteres quase invisíveis e somente com letras maiúsculas.
Remingtn adquiriu, no ano seguinte, o modelo de Ravizza (nº 12), e aperfeiçoou-o inserindo, num único martelinho, a letra maiúscula e a minúscula.
A conquista do mercado foi lenta, mas definitiva, e a primeira e bastante aperfeiçoada Remington passou a ser justamente designada como "Antepassada de Todas as Máquinas de escrever."
Encorajado pelo lucro, continuou com as experiências Ravizza e criou, finalmente, o seu modelo nº 16, com escrita visível. Esta máquinas, apresentada numa exposição, em 1883, representa, realmente, um marco importante na técnica datilográfica.
Entrementes, outras patentes para máquinas de escrever, não muito diferente daquelas de Ravizza, tinham sido concedidas nos Estados Unidos. Um deses construtores, Cristóvão Latham Sholes, um jornalista e tipógrafo mais empreendedor que os demais, pensou em dirigir-se a uns ricos armeiros, Irmãos Remington, de Ilion , Haekimor, Nova York, para auxílio financeiro. Os Remington, imediatamente, verificaram que a máquinas de escrever tinham um belo futuro e, como a guerra civil já terminara, deixaram de fabricar espingardas e começaram a construir, ao lado das máquinas de costura, também máquinas de escrever. Coria o ano de 1867. Em 1874, aperfeiçoando o modelo de Sholes, um bom número de sólidas máquinas de escrever já havia saído das oficinas Remington, que compraram o invento por 12.000 dólares, quantia fabulosa para a época.
O primeiro a procurar inspiração no teclado do címbalo escrevente foi o Senhor Clemens, o autor das "As aventuras de Tom Saweyer", que nós todos conhecemos melhor sob o pseudônimo de Mark Twain. Em 1875, Twain escrevia à Sociedade Remington: "Rogo-lhes não contas a ninguém que possuo uma de suas máquinas. Escreveram-me de toda parte, perguntando-me como é feita e quais as vantagens que possuo em usá-la. Não gosto escrever cartas e, por isso, desejo que ninguém saiba que estou usando esse estranho objeto."
A curiosidade do público foi logo satisfeita. Durante a exposição de Filadélfia, em 1876, qualquer pessoa, pagando 25 m centavos, podia ter o privilégio de enviar uma mensagem ou uma saudação datilografada. Note-seque essa maravilha estava ainda com os caracteres quase invisíveis e somente com letras maiúsculas.
Remingtn adquiriu, no ano seguinte, o modelo de Ravizza (nº 12), e aperfeiçoou-o inserindo, num único martelinho, a letra maiúscula e a minúscula.
A conquista do mercado foi lenta, mas definitiva, e a primeira e bastante aperfeiçoada Remington passou a ser justamente designada como "Antepassada de Todas as Máquinas de escrever."
Encorajado pelo lucro, continuou com as experiências Ravizza e criou, finalmente, o seu modelo nº 16, com escrita visível. Esta máquinas, apresentada numa exposição, em 1883, representa, realmente, um marco importante na técnica datilográfica.
Surge um inventor brasileiro
O Padre Francisco João de Azevedo nasceu em 1814, na capital da Paraíba, hoje João Pessoa. Estudou e ordenou-se em 1838 no Seminário de Olinda, em Pernambuco, onde se matricula em 1835. A seguir, dedicou-se ao magistério, tendo regido várias cadeiras, especialmente as de geometria, mecânica e desenho, no arsenal guerra de Pernambuco. Segundo afirma o notável professor Ataliba Nogueira, da Universidade de São paulo, em sua obra Um Inventos Brasileiro, o Padre Azevedo, matemático, mecânico, taquígrafo e propulsor do ensino técnico, viveu a maior parte de sua laboriosa vida em Recife, onde sempre pontificou nos domínios da física e da mecânica. Graças a seus estudos, e instado por amigos, apresentou, em 1861, para m figurar entre os vários objetos da Exposição dos Produtos naturais, Agrícolas e Industriais das Províncias de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, inaugurada em 16 de novembro daquele ano, a máquina de escrever de sua invenção.
Do catálogo desse certame constam os seguintes dizeres: "Expositor, o Padre Francisco João de Azevedo. Número 67. Uma máquinas de escrever. Foi o mais procurado dos objetos da Exposição e certamente o mereceu pelo engenho com que está organizada. Eis aqui a sua descrição: "Representa e tem a configuração de uma espécie de piano pequenino, com um teclado contendo dezesseis teclas, oito à direita e oito à esquerda. Logo que se comprime uma das teclas, que representa pequena alavancas, ergue-se, na extremidade dela, uma delgada haste, que tem na ponta superior uma letra esculpida em metal, em alto-relevo, a qual vai encaixar-se com outra igual, esculpida em baixo relevo, em uma chapa metálica fixa em cima dessas hastes. Uma tira de papel da largura de três dedos, pouco mais ou menos, e de um comprimento indefinido, passando por um movimento contínuo entre esta chapa e as hastes das letras, é por elas comprimida e recebe a impressão dessas últimas, que conserva inalterável. As letras que compõem uma sílaba saem impressas no papel em uma mesma linha horizontal, ora juntas, ora apartadas umas das outras, e o decifrador não tem outro trabalho mais do que ajuntar as diferentes sílabas para formar as palavras."
Segundo o emérito professor, que faz desfilar, em seu livro, uma longa lista de
precursores, desde os meros idealizadores aos primeiros fabricantes de engenhos, que não escreviam, Francisco João Azevedo realizou a primeira máquina de escrever prática e industrializável. É, portanto, o verdadeiro e legítimo inventor da máquinas de escrever. A Remington, apreciada doze anos depois da sua é, apenas, a primeira máquinas de escrever industrializada.
O primeiro material empregado pelo nosso patrício foi unicamente madeira, com tipos de impressão e fio de arame. A esse engenho, ele deu o nome de Mecanógrafo. Mais tarde, na Exposição Geral do Império do Brasil, inaugurada em 2 de dezembro de 1861, data natalícia do imperador Dom Pedro II, o Padre Azevedo recebeu, das mãos de Sua majestade Imperial, uma Medalha de ouro e, em 14 de Março de 1862, uma Menção Honrosa. Cumpre notar que foi a única máquina de escrever apresentada na Exposição. Doze anos depois, ou seja, em 1873, é que apareceram outros "inventores", baseados no modelo do Padre Azevedo, que veio a falecer em 26 de julho de 1880, em sua terra natal.
Assim, tal como fizeram com Santos Dumont, diz o professor Ataliba Nogueira, foi o Padre Francisco João de Azevedo esbulhado de seu invento. O autor refere-se , ainda, ao bacharel Jesuíno Antônio Ferreira de Almeida, de São Paulo, que obteve, por decreto nº 3.971, de 2 de setembro de 1867, privilégio por 10 anos, para usar, no império, de uma máquina de escrever de sua invenção. "Era tão perfeita que escrevia um discurso em cinco minutos."
precursores, desde os meros idealizadores aos primeiros fabricantes de engenhos, que não escreviam, Francisco João Azevedo realizou a primeira máquina de escrever prática e industrializável. É, portanto, o verdadeiro e legítimo inventor da máquinas de escrever. A Remington, apreciada doze anos depois da sua é, apenas, a primeira máquinas de escrever industrializada.
O primeiro material empregado pelo nosso patrício foi unicamente madeira, com tipos de impressão e fio de arame. A esse engenho, ele deu o nome de Mecanógrafo. Mais tarde, na Exposição Geral do Império do Brasil, inaugurada em 2 de dezembro de 1861, data natalícia do imperador Dom Pedro II, o Padre Azevedo recebeu, das mãos de Sua majestade Imperial, uma Medalha de ouro e, em 14 de Março de 1862, uma Menção Honrosa. Cumpre notar que foi a única máquina de escrever apresentada na Exposição. Doze anos depois, ou seja, em 1873, é que apareceram outros "inventores", baseados no modelo do Padre Azevedo, que veio a falecer em 26 de julho de 1880, em sua terra natal.
Assim, tal como fizeram com Santos Dumont, diz o professor Ataliba Nogueira, foi o Padre Francisco João de Azevedo esbulhado de seu invento. O autor refere-se , ainda, ao bacharel Jesuíno Antônio Ferreira de Almeida, de São Paulo, que obteve, por decreto nº 3.971, de 2 de setembro de 1867, privilégio por 10 anos, para usar, no império, de uma máquina de escrever de sua invenção. "Era tão perfeita que escrevia um discurso em cinco minutos."
As máquinas modernas
A partir daquele momento, as patentes de registro para melhoramentos e modificações nas máquinas de escrever foram muitas. Cada país, cada fábrica, procura superar os concorrentes com um modelo mais aperfeiçoado, que ofereça vantagens na precisão, maios facilidade de manobra e qualidades estéticas mais apreciáveis. Os Estados Unidos, a Inglaterra, a Alemanha, a Suíça, a Itália, A frança e até o Japão, competem entre si para lançar no mercado as máquinas mais resistentes pelo preço mais conveniente. Mas, logicamente, os tipo tendem a padronizar-se, a fim de evitar que alguém que aprendeu a escrever na máquina de uma determinada marca encontre dificuldade ao adquirir outra.
Chegou-se, assim, ao ano de 1900. Os fabricantes compreendem que devem generalizar o emprego da máquina adaptando-a a todas as categorias sociais. Urgia orientar-se rumo a uma produção de modelos menos embaraçosos, mais simples e de fácil transporte. Nasceu, assim, a máquina de escritório portátil, leve e silenciosa. Em seguida, é fabricada a primeira máquina acionada eletricamente, que tão útil se revelou em múltiplas aplicações. Assinalaremos ainda, as principais: automática e recalque, uma máquina de escrever combinada com elementos de cálculo, que permite executar, ao mesmo tempo, escritas e cálculos; as máquinas estenográficas, a teletipo, que transmite e recebe escritas à distância, e a criptográfica, que traduz diretamente mensagens cifradas. Estas máquinas obedecem ao princípio de telegrafia.
A máquina automática permite, ao invés, a realização de um elevado número de nítidos exemplares.
A Varytiper possui a vantagem de poder contar os caracteres dobre uma chapinha móvel, facilmente substituível. Disso deriva a possibilidade de mudar rapidamente o tipo de caracteres e do alfabeto, o que é muito importante para escritórios que mantém relações internacionais. A própria máquina pode variar de espacejamentos e interlines com a máxima facilidade. Os técnicos são de opinião unânime que a disposição das letras, no chamado teclado Universal, poderia ser tornada muito mais nacional, mas ninguém ainda ousou introduzir modificações nesta tradição, com receio de encontrar dificuldades nas vendas. Todavia, em algumas escolas, foram feitas tentativas para adestrar novas gerações de datilógrafos, habituando-os a uma nova disposição das letras, e isso parece ter dado ótimos resultados.
Antigamente era dificultoso transportar as máquinas de escrever, dados o tamanho e o material empregado na fabricação, que era pesadíssimo. Depois foi feito o lançamento das máquinas portáteis que facilitou muito o trabalho de executivos, estudantes, enfim, do público em geral. Para escritórios, as máquinas elétricas de mesa foram muito utilizadas, pela rapidez e leveza do teclado. Hoje os computadores tornaram aquelas maravilhosas máquinas em objetos obsoletos.
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