Os Fenícios descobriam o vidro por acaso, quando acamparam às margens do rio Bélus e procuraram preparar uma refeição.
Dois povos disputam a primazia da invenção do vidro, os Fenícios e os Egípcios. A história contada pelos Fenícios é mais convincente. Eles dizem que, ao voltarem à pátria, vindo do Egito, pararam em Sidon. Ao chegarem às margens do rio Bélus, pousaram os sacos que traziam às costas, que estavam cheios de natrão. O natrão era carbonato de sódio natural, que eles usavam para tingir lã. Acenderam o fogo com lenha, e empregaram os pedaços mais grossos de natrão para neles apoiar os vasos onde deviam cozer os animais caçados. Depois, comeram e deitaram-se; adormeceram e deixaram o fogo aceso. Quando despertaram, ao amanhecer, em lugar das pedras de natrão encontraram blocos brilhantes e transparentes, que pareciam enormes pedras preciosas.
A primeira ideia que lhes ocorreu foi de ter havido um milagre. Afinal os antigos povos viviam procurando milagres em tudo o que a natureza mostrava.
Caíram de joelhos, acreditando que, durante a noite, algum gênio desconhecido realizara aquele milagre, mas o sábio Zelu, chefe da caravana, percebeu que, sob os blocos de natrão, também a areia desaparecera. Os fogos foram, então, reacesos e, durante a tarde, uma esteira de líquido rubro e fumegante escorreu nas cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou, com uma faca, aquele líquido e com ele formou uma ampola tão maravilhosa, que arrancou gritos de espanto dos mercadores fenícios. O vidro estava descoberto!
Esta é a versão, um tanto lendária, que nos transmitiram as narrativas de Plínio. Mas, notícias mais verossímeis sobre o conhecimento do vidro surgiram lá pelo ano 4.000 a.C., apos descobertas feitas em túmulos daquela época. Entre tesouros de inestimável valor, que eram postos ao lado das múmias dos faraós e dos grandes sacerdotes, foram encontradas, também, pérolas de vidro de muitos cores, magnificamente trabalhadas, que até imitavam pedras verdadeiras. Julga-se, entretanto, que os Egípcios principiaram a soprar o vidro em 1.400 a.C., dedicando-se, acima de tudo, às produção de pequenos objetos artísticos e decorativos, adquirindo, na sua colaboração, uma aperfeiçoada tecnologia de cores, como foi apurado ante as amostras descobertas nos túmulos de Tel-El-Amam. Os Egípcios e os Fenícios, tornados mestres consumados e competindo entre si na produção e comércio das vidrarias, absorveram os mercados então conhecidos e forneceram aos poderosos reis e graciosas princesas, colares e adornos que nada tinham a invejar, dada sua perfeição e luminosidade, às pedras preciosas.
A história do vidro tem suas raízes em lendas distantes, mas, ainda hoje, como há milhares de anos atrás, a fabricação desta útil matéria requer constante sacrifício e um estudo incalculável para torná-la mais perfeita nas múltiplas aplicações modernas.
O comércio do vidro na antiguidade
Os florescentes mercados Fenícios serviram para reunir e exportar os objetos de vidro. A destreza e a força pulmonar dos vidraceiras eram e ainda são postas a duras provas.
O Império Romano, naquele tempo, principiava a expandir-se com aquela marcha possante que ninguém conseguia obstacular e, após sujeitar também o Egito, reduzindo-o a uma província de Roma, fez-se pagar uma grande parte de tributos em objetos de vidro e em mão de obra, transferindo os melhores mestres vidraceiras para a Cidade, onde passaram a produzir incessantemente.
O gosto pelo belo e pelo requintado começou a espalhar-se também nas severas casas romanas, e os patrícios competiam entre si, para revestirem paredes com chapas resplandescentes. Parece estranho que, mesmo usando vidro para múltiplas finalidades, não tivessem compreendido a utilidade de aplicá-las também nas janelas, que permaneceram, mesmo nas mansões mais luxuosas, simples buracos com chapas fixas de vidro, ou amplas aberturas, que se fecham com persianas inteiriças de madeira. O uso de janelas de vidro surgiu no fim do século I.
A entrada triunfal do vidro, considerado unicamente artigo de luxo, continuava, levado pelos Romanos, à medida que ocupavam novas terras. Gália, Espanha, Reno, Portugal, Bretanha, floresceram de indústrias, mas, com a queda do imperio ocidental, no século IV, o preparo do vidro transferiu-se para o oriente, especialmente perto do porto de Bizâncio, que manteve tal predomínio até aos albores da Idade Média e mais além. A Síria consolidou sempre mais o rendoso comércio e é bastante provável que os Venezianos, geniais e intrépidos navegantes que eram, tivessem aprendido dos Sírios o segredo do difícil e preciosos preparo do vidro.
A primeira indústria de Veneza nasceu no século Ve teve seu maior esplendor no século XIV. Pelos fins do século XIII, o Conselho dos Dez ordenou que as fábricas fossem relegadas á ilha de Murano, a fim de evitar que os segredos da fabricação fossem divulgados. A profissão de oficial vidreiro, transmitida de pai a filho,tornou-se um título honorífico e assumiu foros de celebridade, quando um veneziano inventou o sistema de fabricação de espelhos, lá pelo ano 1317. Mas os países nórdicos não permanecem indiferentes a esta nova indústria, tão rica, e com um emissário do rei da França, pagando regiamente a um mestre vidreiro, conseguiu descobrir os processos de fabricação. Da França, à Alemanha, à Boêmia, o segredo foi-se expandindo e surgiram novas e poderosas indústrias em concorrência com Murano, cuja decadência coincide com o início da nova era histórica.
O vidro não ficou sendo unicamente uma prerrogativa dos ricos, pois, quando, no ano de 1876, o americano Weber inventou uma máquina para produção semi-automática das garrafas, todas as famílias puderam ter, para uso doméstico, vários objetos de vidro.
Agora conheça a composição do viro
É chegado o momento de saber exatamente o que é esse estupendo produto chamado vidro.
As matérias primas que compõe o vidro podem-se dividir em três grupos: Os vitrificantes - os fundentes e estabilizantes.
Os vitrificantes são indicados para dar maior característica a massa vidrosa e são compostos de anídrido silícico, anídrido bórico e anídrido fosfórico.
Os fundentes possuem a finalidade de facilitar a fusão da massa silícea e são compostos de óxido de sódio e óxido de potássio.
Os estabilizantes têm a função de impedir que o vidro, composto de silícico e álcalis, seja solúvel, e são: óxido de cálcio, óxido de magnésio e óxido de zinco.
A sílica, matéria prima essencial, apresenta-se sob a forma de areia; de pedra cinzenta, de quartzo e siles, e encontra-se no leito dos rios e das pedreiras. Pedreiras importantes desse material são encontradas na Itália (especialmente na Toscana), na França, nas proximidades de Fontainebleau-Chantilly, na Alemanha e em outros países do mundo. O Brasil, por exemplo, é riquíssimo dessa matéria prima, principalmente em Minas Gerais e Goiás.
Depois da extração das pedras, da areia e moenda do quartzo, procede-se à lavagem, a fim de eliminar-se as substâncias argilosas e orgânicas; depois, o todo é posto em grandes cadinhos ou panelões de matéria refratária, para ser fundido.
A mistura vitrificável alcança o estado líquido a uma temperatura de cerca de 1.300 graus e, quando funde, as substâncias não solúveis surgem à tona e são retiradas, como se faz com a espumadeira para o caldo. Depois da afinação, a massa é deixada para o processo de repouso, de assentamento, até baixar a 800 graus, para ser trabalhada.
Depois da extração das pedras, da areia e moenda do quartzo, procede-se à lavagem, a fim de eliminar-se as substâncias argilosas e orgânicas; depois, o todo é posto em grandes cadinhos ou panelões de matéria refratária, para ser fundido.
A mistura vitrificável alcança o estado líquido a uma temperatura de cerca de 1.300 graus e, quando funde, as substâncias não solúveis surgem à tona e são retiradas, como se faz com a espumadeira para o caldo. Depois da afinação, a massa é deixada para o processo de repouso, de assentamento, até baixar a 800 graus, para ser trabalhada.
A complexa e minuciosa elaboração
Ao entrarmos em uma fábrica de vidro, temos a impressão de haver mergulhado num dos círculos do Inferno de dante. Da clássica fornalha em forma de cúpula elevam-se altas chamas e o calor é deveras insuportável. No interior do forno, se encontram os cadinhos ou panelões, onde a mistura vítrea está se fundindo, para tornar-se quase líquida ou maleável, apresentando a cor da gema de ovo. Hoje, em muitos países, existem fornos a eletricidade, muito mais práticos do que aqueles a carvão e lenha.
O operário de uma vidraria é um verdadeiro artista. Ele imerge no cadinho, onde se fundiu o vidro, uma cana de ferro (1,230 a 1,50 de comprimento) e retira-a rapidamente, após dar-lhe uma voltas, trazendo, na sua extremidade, uma bola de matéria incandescente.
Agora, a bola incandescente deve ser transformada num ampola. O operário gira-a de todos os lados sobre uma placa de ferro chamada marma, fá-la voltear de todos os modos, equilibrando-a, e sopra-lhe no interior, por meio do canal existente no interior da cana, enquanto a bola ainda se encontra incandescente. A bola vai-se avolumando, torna-se oca, até que assume a forma desejada pelo vidreiro, que pode dar-lhe o modelo necessário, a mão ou pondo-a num molde adequado.
Finalmente, a peça manipulada vai para uma têmpera, a seção de resfriamento gradativo e, assim, ficará pronta para ser usada. Neste extenuante trabalho, perigoso e insalubre, o vidreiro empregou não somente sua habilidade - adquirida em anos e anos de práticas, pois um vidreiro não se improvisa -, mas também todo seu senso artístico. Além disso, seus olhos e seus pulmões foram postos a duríssima prova, naquela escaldante atmosfera.
O preparo do vidro plano é algo diferente. Em outra seção se encontra, também em estado de fusão, a matéria para vidraças. Igualmente apanhada por meio de uma cana, a bola de mistura incandescente é trabalhada pelo operário, que a faz rolar sobre a marma, onde ela assume o formato de um cilindro. Este deve ser cortado nas duas extremidades, enquanto um segundo operário o corta ao centro, com um ferro em brasa, fazendo ali cair aos poucos algumas gotas de água; s seguir, o cilindro é amolecido num forno e estendido sobre uma mese perfeitamente lisa, exatamente como se faz com a massa de farinha, com um rolo de madeira. A chapa vítrea está pronta. Agora, deve ser polida muito bem e cortada.
Para esse trabalho são empregadas "rodas de ferro", cobertas de areia úmida, que afinam e dão brilho às vidraças.
Em qualquer seção de vidraria que se entre, vê-se sempre uma nova maravilha. Eis, sentados diante de grandes mesas, os "vidreiros artistas", entretidos em criar figuras e arabescos, sobre frágeis copos. Para este trabalho, é necessário possuir um destacado senso artístico e mão firme. A minuciosidade de certas incisões lembra à nossa mente os preciosos e raros bordados em fios de ouro ou de prata, orgulho e paciência de nossas avós. O objeto a ser pintado é recoberto por camadas de cera e terebentina, sobre a qual os operários escrevem e desenham, e depois é exposto à ação do ácido fluorídrico, que corrói a parte gravada. E eis os copos, as garrafas, os vasos e toda a vasta gama de objetos decorativos, resplendendo sob nova luz, numa perfeição que parece quase fantástica.
Não menos extraordinária é a habilidade do oficial vidreiro que fabrica termômetros. Ele sobra a bombinha vítrea pela cana, dando-lhe a forma de pera; um segundo operário gruda a ponta de sua cana á primeira e vai caminhando para trás, puxando o tubo, que o outro vai soprando, até se transformar num tubo muito fino, do comprimento de quase quarenta metros.
Estes tubos finíssimos são cortados na medida justa e possuem, em seu interior, um canal quase invisível, onde se coloca o mercúrio, depois de ali estarem gravadas as diversas temperaturas.
O preparo do vidro plano é algo diferente. Em outra seção se encontra, também em estado de fusão, a matéria para vidraças. Igualmente apanhada por meio de uma cana, a bola de mistura incandescente é trabalhada pelo operário, que a faz rolar sobre a marma, onde ela assume o formato de um cilindro. Este deve ser cortado nas duas extremidades, enquanto um segundo operário o corta ao centro, com um ferro em brasa, fazendo ali cair aos poucos algumas gotas de água; s seguir, o cilindro é amolecido num forno e estendido sobre uma mese perfeitamente lisa, exatamente como se faz com a massa de farinha, com um rolo de madeira. A chapa vítrea está pronta. Agora, deve ser polida muito bem e cortada.
Para esse trabalho são empregadas "rodas de ferro", cobertas de areia úmida, que afinam e dão brilho às vidraças.
Em qualquer seção de vidraria que se entre, vê-se sempre uma nova maravilha. Eis, sentados diante de grandes mesas, os "vidreiros artistas", entretidos em criar figuras e arabescos, sobre frágeis copos. Para este trabalho, é necessário possuir um destacado senso artístico e mão firme. A minuciosidade de certas incisões lembra à nossa mente os preciosos e raros bordados em fios de ouro ou de prata, orgulho e paciência de nossas avós. O objeto a ser pintado é recoberto por camadas de cera e terebentina, sobre a qual os operários escrevem e desenham, e depois é exposto à ação do ácido fluorídrico, que corrói a parte gravada. E eis os copos, as garrafas, os vasos e toda a vasta gama de objetos decorativos, resplendendo sob nova luz, numa perfeição que parece quase fantástica.
Não menos extraordinária é a habilidade do oficial vidreiro que fabrica termômetros. Ele sobra a bombinha vítrea pela cana, dando-lhe a forma de pera; um segundo operário gruda a ponta de sua cana á primeira e vai caminhando para trás, puxando o tubo, que o outro vai soprando, até se transformar num tubo muito fino, do comprimento de quase quarenta metros.
Estes tubos finíssimos são cortados na medida justa e possuem, em seu interior, um canal quase invisível, onde se coloca o mercúrio, depois de ali estarem gravadas as diversas temperaturas.
Agora aprenda como se cria um binóculo
Muito interessante é também a criação de um binóculo.
Este maravilhoso instrumento foi descoberto por mero acaso. Um rapaz holandês, filho de um fabricante de óculos foi seu criador. O jovem estava brincando com duas lentes de óculos, uma côncava e outra convexa, e as pôs diante dos olhos, a fim de olhar para uma casa do outro lado da rua. De repente, emitiu um grito de admiração. A casa distante parecia estar bem perto dele! O pai, então, colocou as duas lentes num tubo, após enegrecer as partes internas deste: a descoberta do maravilhosos binóculo estava feita; mas permaneceu em seu estado rudimentar, até que, em 1610, Galileu Galilei, usou, pela primeira vez, e aperfeiçoou o binóculo para poder estudar o mistério dos astros.
Longa, complexa e difícil é a produção do vidro para fins óticos. Escolhidas as melhores matérias, pela sua pureza e finura, coloca-se a massa num forno adequado, onde ela funde a uma temperatura altíssima e depois, no próprio cadinho, vai sendo arrefecida. Quando o vidro estiver solidificado, com um martelo, especial, é partido em pequeníssimos pedaços, para eliminar as partes que apresentam defeitos; a seguir, é amolecido lentamente. Quando a massa se encontra fundida homogeneamente, é despejada em moldes de várias medidas e espessuras, segundo o grau de ótica que se deseja obter. O primeiro que ideou máquinas para construir lentes para óculos foi Leonardo Da Vinci, que disso nos legou estupendos desenhos.
Longa, complexa e difícil é a produção do vidro para fins óticos. Escolhidas as melhores matérias, pela sua pureza e finura, coloca-se a massa num forno adequado, onde ela funde a uma temperatura altíssima e depois, no próprio cadinho, vai sendo arrefecida. Quando o vidro estiver solidificado, com um martelo, especial, é partido em pequeníssimos pedaços, para eliminar as partes que apresentam defeitos; a seguir, é amolecido lentamente. Quando a massa se encontra fundida homogeneamente, é despejada em moldes de várias medidas e espessuras, segundo o grau de ótica que se deseja obter. O primeiro que ideou máquinas para construir lentes para óculos foi Leonardo Da Vinci, que disso nos legou estupendos desenhos.
A estranha história do VIDRO INQUEBRÁVEL
Também o vidro inquebrável já era conhecido desde a antiguidade. Uma história atribuída a Tibério nos confirma sua existência entre os Romanos. Um oficial de vidreiro ousou apresentar a Tibério uma taça de vidro inquebrável, para resgatar a pena a que fora condenado. A taça, na verdade, atirada ao chão, não se partiu. Então Tibério perguntou-lhe:
- Você é o único que conhece esse segredo?
- Sim, sou o único - respondeu o incauto artista, julgando cair nas graças do imperador.
- Pois bem, já que é assim - retrucou o velho, irado -, será melhor que você morra, porque, se o vidro se tornar inquebrável, perderia seu valor e minhas indústrias ficariam arruinadas.
Hoje, este útil produto é usado para múltiplos fins. Ele é obtido mediante duas chapas de vidro frágil, entre as quais foi encaixado uma folha de xilonite, substância transparente, que se faz aderir ao vidro mediante um cimento especial, e forte tensão. De vidro inquebrável são feitos óculos para automobilistas e aviadores, vidros para trens e bondes, para aviões e navios, para prédios altos, evitando, assim, o perigo dos estilhaços durante colisões ou acidentes. è também muito utilizado para fins domésticos. Atualmente se utiliza muito os conhecidos blindex, que estilhaçam em pequenos pedados e, assim, evitam maiores danos.
Os espelho, são superfícies vítreas de nobre qualidade e perfeito brilho.
Outrora os espelhos eram placas lisas de metal, polidas com extremo cuidado, geralmente de bronze e, no caso de pessoas ricas, utilizava-se prata ou ouro.
Hoje temos, no Brasil, máquinas que produzem em pouco tempo, excelentes espelhos com o uso de pouca mão de obra.
Outras interessantes aplicações do vidro
Ao lado da arte do vidro existe a arte dos vitrais de igreja. os resplandescentes vitrais, que admiramos em nossas catedrais, são compostos de vidros coloridos, unidos por pequenas tiras de chumbo (outros ligas também já são utilizadas). Eles formam artísticos quadros, transparentes, em que a luz de diverte a brincar em toda a magnificência de suas cores. Mas a cor não é dada ao vidro depois que ele se tornou chapa, mas sim misturada diretamente à massa em fusão, bem mesclada e tornada inalterável, mediante certos fundentes especiais.
A maior dificuldade, todavia, reside em transmitir os complicados desenhos aos vitrais, nos vários pedaços, antes que estes estejam ligados uns aos outros. Quando pensamos que os fragmentos dos mosaicos de vidro são milhares e milhares, podemos imaginar quão difícil e minucioso seja tal serviço.
Mas a aplicação do vidro não termina aqui. Depois de longos estudos, descobriu-se que ele é útil também nas construções, com um processo de preparação em vidro-cimento, que o torna translúcido, além de ótimo difusor de luz. Edifícios até à altura de dois ou três andares, foram elevados, com êxito lisonjeiro. O leito do rio Hudson possui, embaixo, uma extensa galeria, toda de vidro, em resistentes ladrilhos. Também as fibras de tecidos de vidro já passaram para o uso comum. Sua manufatura é fácil, mas requer bastante paciência. Apanha-se um bloco de vidro fundido; deixa-se aquecê-lo e cair uma gota do tubo rolante, que o reduz a fios.
Estes tecidos são úteis para revestimento de cabinas e servem como isolante nas construções, porque são péssimos condutores de calor.
Ao ver a branca e espumosa massa reduzida a fios, parece quase impossível que, em sua origem, tenha sido um bloco de sílex e quartzo, tão duro e uniforme.
A indústria de vidro figura em primeiro plano, em nosso país, nada devendo ás melhores do mundo. Aqui em São Paulo, é das mais antigas. Em princípio do século, o Conselheiro Antônio Prado e outros fundaram a Vidraria Santa Marina, tendo importado operários europeus especializados em vidro plano e garrafas, além de modernas máquinas para fabricação de "pirex".
Contam-se, já, às dezenas, catedrais brasileiras ornamentadas com vitrais nossos.
Quantos prodígios puderam realizar os homens, com seu estudo e seu trabalho, visando ao progresso e ao bem-estar das humanidade.
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