O PAPEL INDIVIDUAL DO CIDADÃO
Este discurso foi pronunciado na Universidade de Paris em 1910.
Hoje ocupar-me-hei do papel individual do cidadão, assunto que entre todos é de uma importância capital para vós, meus auditores, para os meus compatriotas e para mim, porque vós e nós somos cidadãos de grandes repúblicas democráticas. Uma republica democrática como cada uma das nossas - que faz esforço para realizar, com toda a força da expressão, um governo do povo pelo povo, e para o povo, - representa a mais gigantesca de todas as experiências sociais possíveis, aquela que, por muitos motivos, tem o dom de conduzir ao maior dos bens ou ao pior dos males.
O sucesso ou o insucesso de republicas como a vossa ou como a nossa, é o triunfo ou a desgraça da humanidade; e para vós como para nós, a questão da qualidade do cidadão considerado como indivíduo, domina todas as outras. Sob outras formas de governo, sob o domínio de um homem ou de um reduzido número de homens, a qualidade dos governantes é a primeira de todas. Se, em tais governos o número desses últimos é suficientemente elevado, o país pode conhecer durante gerações uma carreira brilhante e aumentar a massa do que marca no mundo, por mais medíocre que possa ser o nível do cidadão ordinário; porque o cidadão ordinário é uma quantidade quase desprezível na elaboração dos resultados a que conduz este tipo de grandeza nacional.
Mas para vós e para nós o caso é diferente. Para vós aqui, e para nós no meu país, o sucesso resultará, no fim de contas, da maneira como o homem vulgar, a mulher vulgar cumprem o seu dever, primeiro nas situações quotidianas e habituais da vida, mais tarde na hora destas grandes crises que reclamam o concurso das virtudes heroicas.
Afim de que as nossas republicas alcancem bom êxito é preciso que o cidadão vulgar seja nelas um bom cidadão.
A corrente não será capaz, em circunstâncias normais, de se elevar mais alto que a sua fonte originária, e a fonte originária da potência nacional e da grandeza nacional acha-se no valor médio do cidadão. Convém pois que nada descuremos para que o nível do cidadão vulgar fique elevado, e este nível não pode ser elevado senão quando o dos chefes o é muito mais ainda.
Em todas as repúblicas, em todas as democracias acontece que uma grande proporção entre os chefes provém, muito naturalmente, das classes representadas hoje neste auditório; mas com a condição que estas classes possuam a simpatia do povo e a dedicação a um ideal superior. Vós, e aqueles como vós, tendes gozado de vantagens especiais; tendes-vos encontrado todos em situação de receber uma educação intelectual; tendes podido, na maior parte, aproveitar a vida mais largamente do que a massa dos vossos concidadãos. A vós e àqueles que como vós muito tem sido dado; muito deve ser de vós esperado. Ha algumas vezes certos desânimos contra os quais convém que os homens de instrução e de cultura, os homens que herdaram uma fortuna e uma posição social, se ponham eles mesmos em guarda, porque a isso são eles os mais naturalmente inclinados ; e se eles cedem, as suas possibilidades - as vossas possibilidades - de ser uteis, ficam reduzidas a nada.
Que o homem de saber, que o homem de ócios letrados, se defenda da singular e mesquinha tentação de tomar diante dos olhos e diante de si próprio atitudes de cínico, de homem que se elevou acima das emoções e das crenças, e para quem o bem e o mal é tudo a mesma coisa. A pior maneira de encarar a vida é encará-la com a zombaria nos lábios. Há muitas pessoas que tiram um orgulho doentio do seu cinismo, muitas pessoas que não sabem fazer outra coisa senão criticar a maneira como os outros realizam o que eles próprios não se arriscariam sequer a tentar.
Não há ser menos são; não há homem menos digno de respeito do que aquele que observa ou finge observar uma atitude de desdém irônico a respeito de tudo o que é grande e elevado, seja pelos resultados atingidos, seja pelo nobre esforço que, mesmo no caso de insucesso, vem em segundo plano, logo a seguir ao êxito pleno.
Hábitos cínicos de pensamento e de palavra, uma constante disposição a criticar a obra que o crítico não tenha nunca executar, um intelectualismo distanciado que não seria capaz de aceitar o contato com as realidades da vida; todos esses traços são outros tantos sinais, não de superioridades, como o seu possuidor poderia julgar, mas de fraqueza... São a marca das pessoas incapazes de cumprir como homens o seu dever na austera batalha da vida, e que procuram, afetando o desprezo pelo que os outros realizam, dissimular aos outros e a si próprios a sua própria debilidade. O papel é fácil, nenhum o é mais, salvo no entanto o do indivíduo que zomba ao mesmo tempo do crítico e do homem de ação.
Não é o crítico que marca; não é o indivíduo que mostra como o homem forte deu um mau passo ou como o autor de ações teria podido dá-los melhores. O crédito pertence ao homem que desceu com a sua pessoa à arena, cujo rosto sujo da poeira, do suor e do sangue; que luta energicamente, que erra, sofre um revez, e outro ainda, porque não há esfôrço, sem acompanhamento de erro ou falta; mas que se esforça de maneira a fazer o que deve ser feito, que conhece os grandes entusiasmos, as grandes abnegações, que se gasta por uma causa digna, que no caso de pleno sucesso conhece finalmente o triunfo da grande obra realizada, e que se acontece o pior, e sofre um novo revez, pelo menos naufraga no decurso dum vasto esforço; de tal modo que o seu lugar não será nunca ao lado destes seres tímidos e insensíveis que não conhecem nunca a vitória nem a derrota. Maldição ao homem de gosto cultivado que deixa a sutileza de espírito produzir nele um desdém que o torna impróprio às rudes tarefas de um mundo laborioso! Entre os povos livres que se governam por si próprios não há senão um campo de utilidade muito restrito para as pessoas de vida claustral a quem repugna o contato das outras pessoas. Há menos lugar ainda para aqueles que zombam ou depreciam a obra dos que suportam o peso da vida; ou para estes outros ainda que declaram constantemente que gostariam de se entregar à ação, se as condições da vida não fossem o que elas são. Irônico, pretensioso ou voluptuoso, todo o indivíduo incapaz de ação faz na história a mesma figura mesquinha. Nada há que fazer do indivíduo cuja alma tíbia ignora as grandes e generosas emoções, os grandes orgulhos, as crenças severas, o entusiasmo dos homens que subjugam o raio e dominam a tempestade. Felizes estes homens se conseguem vencer; menos felizes, mas felizes ainda, se sossobram, porque, pelo menos, ter-se-ão aventurado nobremente, com toda a sua força. É Hotspur, gasto pela guerra, esgotado pelo rude combate, Hotspur, de erros numerosos e de fim valoroso, de quem nos é grato evocar a recordação na nossa memória, e não o jovem Lord que , se não fosse estes vis canhões, teria sido soldado.
A França deu muitas lições aos outros povos; seguramente uma das mais importantes é a que resulta de toda a sua história, isto é, que um alto desenvolvimento artístico e literário é compatível com uma notável mestria na ciência das armas e na do governo. O brilho da bravura do soldado francês é proverbial desde séculos, e durante estes séculos, em todas as côrtes da Europa os "franceses-maçons da moda" adotaram o francês como língua comum, enquanto que todos os artistas, homens de letras e de ciência capazes de apreciar este maravilhoso instrumento de precisão que é a prosa francesa, se voltavam para a França, pedindo-lhe apoio e inspiração. Alonga duração desta superioridade nas armas e nas letras é singularmente manifestada pelo fato que a mais antiga obra-prima que conta qualquer das línguas modernas, é a esplêndida epopeia francesa narrando a catástrofe de Rolando e a vingança de Carlos Magno, no dia em que os chefes do exército franco caíram em Roncesvalles.
Que aqueles que tem o conservem, que aqueles que não tem se esforcem por atingir um alto grau de cultura e de instrução. Mas não esqueçamos que comparados a outros bens, estes não vem senão em segundo lugar. É preciso que o espírito seja são e o corpo mais ainda. Mas acima do espírito e acima do corpo há o caráter, aquilo em que se confundem as qualidades que nos vem ao espírito, quando falamos a força e da coragem de um homem, da sua retidão e da sua noção de honra. Eu tenho fé nos exercícios físicos, contanto, bem entendido, que não esqueçamos que o desenvolvimento físico é um meio e não um fim.
Estou convencido, evidentemente, que uma boa educação deve compreender, além do saber tirado dos livos, muitos elementos para ser verdadeiramente boa. Não devemos esquecer que nenhuma acuidade ou sutileza de inteligência, nenhuma delicadeza de maneiras, nenhuma habilidade poderia compensar a falta das grandes qualidades fundamentais. O domínio de si mesmo, o poder de constranger, o senso comum, a faculdade de aceitar a responsabilidade individual e no entanto proceder de colaboração com os outros, a coragem e a resolução; eis as qualidades pelas quais se reconhece um povo soberano. Sem elas nenhum povo se pode reger a si mesmo, nem a si mesmo evitar que seja regido de fora.
Eu dirijo-me a um auditório brilhante, falo no recinto de uma grande universidade que representa a flor do mais alto desenvolvimento intelectual, Diante da inteligência e diante de ensinamentos especiais e aperfeiçoados que recebe aqui a inteligência, eu me inclino. E não obstante isso tudo, eu sei que terei o assentimento de todos vós que me escutais, se acrescentar que de maior importância ainda são as qualidades comuns e as virtudes de todos os dias.
Estas qualidades comuns e de todos os dias compreendem a vontade e o poder de trabalhar, de combater se for preciso, e de ter muitos filhos saudáveis, A necessidade para o homem médio de trabalhar é tão evidente que não é preciso insistir nela. Em qualquer país há poucas pessoas nascida em tais circunstâncias que possam levar vida de qualidade.
Estas mesmas podem desempenhar um papel útil se mostrarem, pelo seu exemplo, que a ausência dum modo de vida não é sinônimo de ociosidade; porque uma parte do trabalho mais preciso de que a civilização tem necessidade não assegura nenhuma retribuição à queles que a ele se dedicam, e é preciso naturalmente que eles sejam primeiramente tirados dos meios onde vivem os que não precisam se preocupar com as questões de retribuição.
Mas o homem médio deve ganhar sua vida. Deve ser educado com este objetivo e educado de maneira a compreender que fica numa situação digna de desprezo, se proceder de outra forma; que não é objeto de inveja se foram ocioso, qualquer que seja o grau de escala social que ocupe, mas um objeto de desdem, um objeto ridículo.
OS DEVERES PARA COM A NAÇÃO
O homem de bem, por outro lado, deve ser forte e destemido, isto é, capaz de combater, de servir o seu país como soldado se se apresentar a ocasião. Há filósofos de boas intenções que declamam contra a iniquidade da guerra. Tem razão contanto que seja somente contra a iniquidade que eles insistem. A guerra, é uma coisa horrível, e uma guerra injusta é um crime contra a humanidade, mas é um crime porque é injusta e não porque é guerra. A escola deve ser sempre a favor do direito, quer a alternativa seja a paz ou a guerra. A questão não deve ser simplesmente: Vai haver paz ou a guerra? A questão deve ser: o bom direito deve prevalecer? As leis da justiça serão mais uma vez observadas? E a resposta de um povo forte e viril será: "Sim. seja qual for o risco." Nenhum esforço honroso deve nunca ser omitido para evitar a guerra, da mesma maneira que nenhum esforço honroso nunca deve ser omitido pelo indivíduo, na vida privada, para evitar uma questão e conservar-se afastado de disputas; mas nenhum indivíduo que se respeita, nenhuma nação que se respeita, devem submeter-se à injustiça.
Enfim, de maior importância ainda que a capacidade de trabalho, de maior importância que a capacidade de combater se for preciso, é, para todas as nações a lembrança de que nenhuma vantagem é comparável para ela, há de deixar herdeiros do seu sangue para ocupar a sua terra.
Era a benção suprema nos tempos bíblicos e é-o ainda hoje. O pior de todos os flagelos é o flagelo da esterilidade, e as mais rigorosas de todas as condenações devem perseguir a esterilidade voluntária. A mais essencial de todas as necessidades, em qualquer civilização, é que o homem e a mulher sejam pai e mãe de filhos robustos, de maneira que a raça cresça em lugar de decrescer. Se não acontece assim, se sem nenhuma culpa da sociedade, falta o aumento de população, é uma grande desgraça. Se esta falta é de vida a causas calculadas e voluntárias, não é então simplesmente uma desgraça, é um destes crimes de relaxação, de egoísmo, de temor pelas dificuldades, pelo esfôrço e pelo risco, que, com o tempo, a natureza pune mais duramente do que nenhum outro. Se nós, homens de grandes repúblicas; se nós, nações livres, que nos lisonjeamos por nos termos emancipado do jugo da injustiça e do erro, atraímos sobre as nossas cabeças a maldição que fere a esterilidade voluntária, será para nós o mais vão gasto de palavras vangloriar-mo-nos dos nossos altos feitos, e celebramos as obras que temos realizado. Nenhum refinamento de vida, nenhuma delicadeza de gosto, nenhum progresso material, nenhum amontoado sórdido de riquezas, nenhum desenvolvimento encantador da arte e das letras pode,a qualquer respeito, compensar a perda das virtudes fundamentais, e destas virtudes fundamentais a maior é o poder da raça de se perpetuar.
O caráter deve transparecer da maneira como o homem cumpre o seu dever para consigo mesmo, e seu dever para com o Estado. O primeiro dever do homem diz respeito a ele e à sua família, e não pode cumpri-lo senão ganhando a sua vida e fornecendo aos seus o indispensável para o bem estar material; é somente depois que pode esperar construir sobre sólida fundação material uma alta superestrutura; é somente depois que ele pode ajudar aos movimentos para o bem geral. Deve encarregar-se, em primeiro lugar, do seu próprio fardo, e só depois disso , o excedente da sua força poderá servir para o conjunto do público. não há nenhum proveito em provocar este riso amargo que significa desprezo, e o desprezo é o que nós experimentamos para com o indivíduo cujo entusiasmo em socorrer a humanidade é tal, que se torna pesado aos outros;que entende fazer grandes coisas pela humanidade em geral, mas é incapaz de assegurar o conforto da sua mulher e a educação dos seus filhos.
Não obstante isto, e dando toda a importância a este ponto, e não somente constatando, mas insistindo no fato de que deve haver, para o indivíduo e para a nação, uma base de bem estar material, insistamos não menos fortemente sobre este outro ponto que o bem estar material não é mais do que uma fundação, e que a fundação, ainda que indispensável, não adquire o seu valor senão quando se lhe constrói em cima a superestrutura de uma vida mais alta. É por este motivo que eu me recuso a reconhecer o multimilionário, considerado em mesmo, o homem que não é senão riqueza, como o valor no ativo de qualquer país, e especialmente do meu. Se ele ganhou ou empregou a sua riqueza de uma maneira que faz dele um homem proveitoso e útil, e é muitas vezes o caso, então, evidentemente, figura no ativo da nação. Mas é a maneira como a riqueza foi ganha e empregada, e não a riqueza por si mesma, que lhe assegura este mérito.
São precisas em negócios como em quase todas as formas da atividade humana, grandes inteligências diretoras.
Nenhum número de inteligências menores poderia substituir aquelas.
Convém que os seus serviços sejam amplamente reconhecidos e recompensados. Mas fujamos de atribuir à recompensa a admiração que devemos ao ato recompensado; e se o que deveria ter sido uma recompensa existe sem que o serviço tenha sido prestado, a admiração virá então apenas das pessoas de alma inferior.
A verdade é que, depois que uma certa porção de sucesso ou de recompensa material foi obtida, a questão de a aumentar diminui constantemente de importância em comparação com o resto que há de fazer na vida. É mau para uma nação oferecer à vista e admirar um falso gênero de sucessos, e nenhum outro há mais falso do que supor que a divinização do bem estar material em si mesmo e por si mesmo, ofereceria um exemplo a seguir.
O homem que, por qualquer motivo que lhe seja imputável, deixou de prover às suas necessidades e às das pessoas que dependem dele, deve ter presente que falhou lamentavelmente no primeiro dos seus deveres. Mas o homem que, depois de ter ultrapassado o limite do que é necessário para o corpo e o espírito de si mesmo e dos seus, amontoa uma vasta fortuna, para a aquisição ou conservação da qual ele não assegura em troca, a favor da nação, nenhuma vantagem equivalente, esse homem deveria ser forçado a compreender que longe de ser na comunidade um cidadão invejável, é um indigno; que não pode ser admirado nem invejado; que os seus compatriotas de pensamentos retos o colocam muito abaixo na escala dos cidadãos e o abandonam à admiração daqueles cujas aspirações são de um nível ainda mais baixo do que as suas.
De fato, é essencial, sob o ponto de vista da boa qualidade do cidadão, que seja bem compreendido que há certos méritos que nos outros, membros duma democracia, somos levados a admirar em si mesmos e por si mesmos, quando com verdadeira justiça ser julgados dignos de admiração ou o contrário, somente segundo o uso que se faz deles. Em primeiro lugar entre estes colocarei dois dons muito importantes: o dom de saber ganhar dinheiro e o dom oratório. Do primeiro, do ganho material já falei.
É uma qualidade que, restrita a limites modestos, é essencial.
Também pode ser útil elevada a um alto grau, mas somente quando for acompanhada por outras qualidades; e sem o predomínio destas últimas, aquele que a possui tende a tornar-se um os menos simpáticos que uma democracia moderna pode possuir.
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BREVE BIOGRAFIA DE Teodoro Roosevelt
Teodoro Roosevelt, escritor e estadista norte-americano, nasceu em Nova York a 27 de Outubro de 1858 e faleceu em 06 de Janeiro de 1919. Tomou parte na assembléia do Estado Republicano de Nova York (1882 x 1884); em 1886 viu derrotada a sua candidatura à Governador do Estado de Nova York; de 1880 a 1895 foi comissário do serviço civil dos Estados Unidos; de 1895 a 1897 exerceu a presidência do Conselho Superior de Comissários de Polícia; de 1897 a 1898 foi Secretário-Suplente da Marinha. Tenente Coronel do primeiro regimento voluntário de Cavalaria (Rough Riders), combateu em Guaximas a 24 de Junho de 1898 e em São João a 1 de Julho daquele ano, sendo promovido coronel em 8 de Julho do mesmo ano. Eleito finalmente Governador de Nova York em Novembro de 1898 e vice-presidente dos Estados Unidos em 1900; e pela morte do presidente Mac Kinley, assumiu a presidência em 1901. Em 1904 foi eleito para continuar na presidência por mais quatro ano, recudando-se a se recandidatar em 1908. Entre outras obras escreveu: A Guerra Negra de 1912 e as Notas de Tomás H. Benton e do Gouverneur Morris.
Nicéas Romeo Zanchett
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