TRABALHO, LAZER E DESCANSO
Pela industrialização e mecanização do trabalho, a sociedade contemporânea vem proporcionando redução progressiva do horário semanal e mais espaço ao descanso e lazer.
Não é mais aceitável a concepção que valoriza tão somente a produtividade. Tal noção encontra-se na base da visão marxista, redutora do homem à sua atividade material como também na visão capitalista liberal que avalia somente pelo rendimento material do indivíduo. A pessoa não vale apenas pelo que produz e nem tampouco pela sua atuação na realidade econômica da sociedade.
O trabalhador, independente da profissão que exerce, é uma pessoa e não uma máquina produtora de capital. É preciso recuperar o sentido humanista do trabalho e colocá-lo apenas como parte integrante da existência do ser humano.
Da mesma forma o descanso pelo esforço realizado, não é unicamente o repouso diário, semanal ou férias mais prolongadas. Ele é muito mais do que tudo isso. É a afirmação da dignidade humana, que não se esgota apenas no merecimento do trabalho. Como ser racional, o homem necessita de valores transcendentes que satisfaçam as suas carências. Essas carências podem estar no campo da arte, da música, do contado com a natureza, do esporte, do convívio com outras pessoas e também no estado afetivo e espiritual. Dessa forma, a paralisação do trabalho não deve ser vista apenas como algo próprio de alguém que, com o suor do rosto, completa a realização integral do seu ser. Ele ajuda o sadio desenvolvimento da personalidade, para que possamos executar todas as nossas ações de maneira harmoniosa e madura, atingindo a plenitude daquilo que somos.
O lazer pode assumir formas variadas. De uma simples leitura amena, uma pequena excursão, um exercício físico, a prática espiritual e a formação intelectual, tudo pode ser meio de distensão e de repouso. Portanto, ele é necessário a um digno padrão de vida em qualquer economia. Parecem estar perdendo a importância nestes atuais dias enlouquecidos, mas não devemos esquecer que o lazer e o descanso fazem bem e são vitais para o corpo e o espírito.
Nicéas Romeo Zanchett http://gotasdeculturauniversal.blogspot.com/