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domingo, 22 de julho de 2012

OS VÍRUS QUE ABALARAM O MUNDO


                                           OS VIRUS QUE ABALARAM O MUNDO

                A população mundial atingiu sete bilhões de seres humanos. Isto se deve à vertiginosa procriação e à longevidade. Mas também, e principalmente, pelo avanço científico que tem conseguido controlar os vírus que no passado provocaram as grandes tragédias. 
                 Hoje sabemos que aquelas tragédias eram causadas mais por fatores socioambientais do que das características genéticas da patologia. Essa conclusão só foi possível porque, coletando resíduos de sangue de quatro ossadas, os pesquisadores conseguiram reconstruir todo o genoma da peste. É a primeira vez que uma enfermidade antiga tem seu DNA inteiramente desvendado.
                 As pestes e epidemias acabaram com a antiga Grécia, com Roma Imperial, e se espalharam pelo mundo da Idade Média como um espectro de vicissitudes. Com o advento da medicina moderna, dos antibióticos e vacinas pensava-se que era o fim das epidemias. Mas novos vírus (super-vírus) estão surgindo e mesmo a mais avançada medicina não se mostra capaz de detê-los. 
                   De todas as tribulações que o homem sofreu em sua história, as doenças contagiosas foram as mais fatais. Morreram mais pessoas em epidemias do que em guerras e catástrofes. 
                  Em 429 a.C., terminou a Idade do Ouro de Atenas. Primeiro a morte atacou os jovens que viviam e amavam no baixo porto. Depois, embrenhou-se pelas ruelas e becos da cidade alta. E espalhou-se insidiosa. O médico Hipócrates aconselhou que se usasse de muito defumador, embora ditasse essa orientação, a salvo, de sua ilha-refúgio. De nada adiantou: um em cada três habitantes morreu, fosse abastado da cidade alta, miserável do Pireu, ou mesmo Péricles - então líder dos democratas radicais - e seus filhos. De seu refúgio, Hipócrates diagnosticava uma atmosfera pestilenta e miasmática em Atenas, trazida pelo excesso de refugiados e soldados que, sendo sua teoria, podia ser purificada pela defumação.
              Hoje sabemos que quatro vírus se abateram sobre Atenas: a varíola, o tifo, a disenteria e a febre-amarela. Ninguém sabia diferenciar as doenças, e por isso a chamavam todas de, simplesmente, de loimos. O loimos foi pior que a sangrenta Guerra do Peloponeso. E significou o fim da Grécia .
            Séculos depois, surgiu uma nova estrela: Roma, cidade situada entre colinas, abastecida com água fresca das montanhas, canalizada por eficiente sistema de aquedutos, embora Horácio, amigo do Imperador Augusto, já profetizasse: "Balnea, vina, venus corumpunt corpora nostra." (banhos, vinho e amor destruirão nossos corpos).
              Mas o poeta se enganou. Não foram os banhos, o vinho ou o amor que destruíram o corpo de seus patrícios romanos. Quem se encarregou disto, 400 anos depois, foi o mosquito transmissor da malária. Como o sistema de canalização estava quebrado, formaram-se pequenos pântanos ao redor da cidade, o que contribuiu para a proliferação da peste. Assim, a febre passou a atacar no verão, enfraquecendo as gloriosas legiões de César.
                Mas a malária também afetou os inimigos de Roma. Em 410 d.C atingiu o Rei Alarico e os visigodos. Em 452 foi a vez dos hunos e, três anos depois, os vândalos. No final só houve um vencedor: a malária, mal que foi capaz de transformar a Cidade do Mármore em uma triste ruína.  Em 1350, havia apenas 17 mil habitantes atrás de seus muros. Até mesmo os papas tinham abandonado a Cidade do Vaticano e se mudado para Avignon, no sul da França. Mesmo assim, foi lá que a peste alcançou  o Papa Clemente VI.
                 Em 1348 e 1349, a peste matou cerca de 20 milhões de europeus. Paris perdeu 50 mil habitantes, a metade de sua população. Em Hamburgo e Bremen morreram dois terços;  em Veneza, quatro quintos. Luebeck ficou deserta em poucos meses. Nove das dez cidades hanseáticas foram vítimas da peste. Em Chipre e na Groenlândia, a epidemia não deixou sobreviventes.
            Pais largavam seus filhos à própria sorte, médicos abandonavam pacientes e os padres se ocultavam por trás dos muros dos mosteiros. O cronista de Viena registrava: "Não se encontra quem enterre os mortos, nem por dinheiro, nem por amizade."
                Enquanto os empesteados atravessavam os campos, flagelando-se com açoites, culpavam-se os judeus pela tragédia.  Assim, em 9 de janeiro de 1349, na cidade de Basiléia, queimou-se toda a comunidade judaica (cerca de 400 pessoas) numa casa de madeira situada no centro de uma ilha. Em Maiença, foram   exterminados  cerca de 6 mil judeus de uma só vez, como também em muitas outras cidades alemãs. 
               O papa ficava diariamente entre duas grandes fogueiras, conforme orientação médica, como forma de afastar os miasmas do corpo.  Até que a epidemia arrefeceu e, por fim, extinguiu-se.
              O capítulo mais tenebroso da Idade Média terminava. Mas a peste ainda voltou, dezenas de vezes, durante mais de trezentos anos.
                De todas as tribulações  que o homem sofreu  em sua história, as doenças  contagiosas foram as mais fatais. Morreram mais pessoas em epidemias que nas guerras, erupções vulcânicas, inundações, terremotos, homicídios em massa, emfim, tudo de que a natureza ou o homem dispõe em seu arsenal de morte. 
                 As epidemias sempre fizeram e continuarão a fazer história. A varíola, trazida pelos conquistadores ibéricos e seus escravos para o Novo Mundo, ditou o fim das civilizações pré-colombianas. O próprio Napoleão Bonaparte temias mais a peste do que a seus inimigos. E foi por causa dela - e não dos muçulmanos - que em 1799 fracassou na batalha do Egito.  E até a sua morte - causada por veneno inglês - estava certo de que sua grande arme não fora vencida pelos russos e sim pelo tifo.  
             Ainda em 1348 d.C., a famosa Universidade de Paris responsabilizava pela peste a tríade formada pelos planetas Saturno, Júpiter e Marte. Quinhentos anos depois, em 1846, a mesma instituição ainda reforçava a tese de que a peste não era contagiosa. Para os velhos médicos, um meteoro, eclipse ou qualquer outro fenômeno meteorológico eram prognósticos para o surgimento de epidemias. O povo comum, entretanto, frequentemente sabia mais que os instruídos. Dava menos atenção às constelações que aos ratos correndo entre seus pés. 
                Na medicina, o novo conseguia se impor com dificuldade. Dessa forma, até meados do século XIX, pouco ou nada havia mudado desde a época de Hipócrates. Mas, já em 1860, o Dr.Ignaz Semmelweis - mais tarde reconhecido como "salvador das mães" - declarava a seu colega Prof. Scanzoni como "assassino perante Deus e o mundo". Isso porque Scanzoni ridicularizava as exigências de Semmelweis pela assepsia das salas de parto.
              Nos últimos cem anos, o reino das bactérias e vírus foi deslindado pela medicina.  O grande prestígio social que os médicos desfrutam atualmente  resulta em grande parte de sua capacidade de lutar contra os germes que o paciente não vê.  
               Em 1978, a Organização Mundial de Saúde anunciou: "Não há mais varíola sobre a Terra. O último paciente que os médicos da OMS cuidaram foi um cozinheiro da Somália. Quem ainda conseguir descobrir um doente portador de varíola tem direito a mil dólares em dinheiro." Em 1978 a medicina já sonhava com a vitória final sobre os inimigos invisíveis, da erradicação de todas as doenças infectocontagiosas. Até que surgiu a AIDS. 
                   No primeiro Congresso Mundial Sobre AIDS, aventou-se que essa epidemia podia muito bem ser comparada às terríveis pestes da Idade Média.  A única diferença é que a AIDS levava a uma morte mais lenta, um mal como o câncer que não tem um final rápido da noite para o dia. 
                  A peste negra, que matou mais de 50 milhões de europeus entre 1347 e 1351, pode ser considerada como a grande referência para temermos uma nova pandemia. Os estudos indicam que a devastadora bactéria medieval difere muito pouco das que hoje circulam pelo mundo. Esta comprovado que as causas da tragédia medieval foram mais por fatores socioambientais do que pelas características genéticas da patologia. O nosso moderno arsenal de antibióticos tem nos possibilitado uma defesa contra as bactérias, mas isto pode estar com o tempo contado. A crescente resistência humana a antibióticos poderá fazer com que esses medicamentos não sejam mais eficazes em futuro bem próximo. Estamos prestes a viver uma nova era da medicina: a era pós-antibióticos, na qual uma simples infecção causada por um pequeno corte ou arranhão levará fatalmente à morte.  Uma era pós-antibióticos significa o fim da medicina moderna como conhecemos. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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terça-feira, 10 de julho de 2012

TRIBUNAL DA SANTA INQUISIÇÃO

                                 TRIBUNAL DA SANTA INQUISIÇÃO

         
                     A Inquisitio Haereticae Pravitatis Sanctum Officium foi o nome, em latim,  da Santa Inquisição criada pela Igreja para combater o sincretismo religioso dos chamados infiéis. Foi instituída numa época em que a igreja exercia grande poder sobre os reinos europeus.
              Os objetivos iniciais eram estritamente religiosos, mas se tornou um instrumento político e econômico usado tanto pela igreja como por diversos soberanos que seguiam as orientações do Santo Ofício.  Ela permitia que pessoas e até mesmo populações inteiras fossem acusadas de práticas indevidas  e executadas de forma arbitrária, sem direito a defesa, em benefício de uma minoria de poderosos.
                   Em nome de Deus, com interpretações particulares de alguns textos considerados sagrados, a Inquisição levou pessoas a matar cruelmente aqueles que não seguissem o mesmo ponto de vista. Na verdade era uma forma justificada de tirar a vida daqueles que podriam se tornar uma ameaça futura para a Igreja. 
               Muito antes da Inquisição existir o Cristianismo pregado pela Igreja já era imposto através da força. Evidentemente, esta postura, nada tem a ver com o humilde pregador do amor e da paz  chamado Jesus Cristo. Uma delas  foi a sistemática perseguição de judeus. Em 1215, o Quarto Concílio de Latrão, estabeleceu que todos os judeus em terras católicas deveriam usar emblemas ou roupas que os diferenciassem dos outros. Foram confinados em guetos, tornado-os em uma classe odiosa em boa parte  da Europa. Também as Cruzadas, que duraram do século 11 ao século 14, e tiveram a particupação de grandes reis como Ricardo I e Luís IX, além do grande chefe e guia muçulmano Saladino, tinham nítidos objetivos econômicos e políticos. Não passaram de um conflito em que os europeus representantes da Igreja Católica saqueavam as mesquitas e matavam os seguidores de Alá sob a alegação de impor a religião católica. Saladino tornou-se governador do Egito  em 1169, o mais importante soberano do mundo muçulmano, e então planejou a união dos estados islâmicos  para uma contraofensiva aos cristãos.
                Já no final do século 4, em Trier, na Alemanha, diversos bispos executaram Prisciliano (Priscillian) e seus seguidores por questionarem a Trindade e a Ressurreição. Ele foi a primeira pessoa a ser executada por heresia contra o Cristianismo pregado pela Igreja. Outro caso interessante se deu em 415 quando a cientista Hypatia, chefe da Biblioteca de Alexandria, foi espancada até a morte junto com outros seguidores de São Cirilo.
             Na época da Inquisição a maioria da população européia era católica e se submetia à Igreja com perigoso fanatismo religioso e, portanto, era facilmente manipulada.
              O termo "hereia" foi usado por cristãos para designar idéias contrárias às da Igreja e consideradas falsas doutrinas. Matar hereges significava purificar o Cristianismo. A partir de então uma verdadeira guerra santa foi realizada contra os seguidores de outras crenças ou religiões. Em nome de Deus, qualquer um poderia ser acusado de heresia e ser mandado vivo para a fogueira.  
              Em nossos dias essas histórias podem parecer extremas, mas na época eram responsáveis por diversas acusações que resultaram na morte de muitas pessoas.
Em 1022, o rei Roberto, de Orleans, matou 13 hereges na fogueira. Em 1051, cristãos da comunidade alemã Goslar foram condenados à forca por se recusarem a matar galinhas. 
Pela postura da própria Igreja, os movimentos heréticos se expandiram pelo continente europeu. Os papas e o clero em geral se preocupavam com riquezas materiais e acúmulo de poder. Foi esta postura que provocou o descontentamento de muitos cristãos e propiciou o surgimento de diversas seitas, consideradas heréticas, que buscavam pela verdadeira doutrina de Jesus Cristo. Nessa ocasião os cátaros foram dizimados por defenderem conceitos diferentes dos dogmas da Igreja. Os waldensanos, seguidores leigos de Peter Waldo de Lyon, também foram alvo de acusações de heresia por mais de cinco séculos. Eles realizavam sermões nas ruas e, segundo as normas da Igreja, apenas os sacerdotes tinham esse direito. Finalmente, em 1487,  o papa Inocêncio VIII declarou uma cruzada  contra os waldensianos em Savoia, na França, resolvendo definitivamente o "problema".
                A mais conhecida heresia da história da Igreja é a caça  aos Cavaleiros Templários. Eram guerreiros de uma ordem que teve origem durante as Cruzadas. Foram acusados de cuspir em crucifixos e adorar o demônio. Torturados barbaramente, alguns confessaram e outros 70 foram queimados vivos.
                 No início do século 13, os bispos ganharam o poder de identificar, julgar  e punir os que fossem considerados hereges, mas não deu certo. Então a Igreja Romana começou a mandar inquisidores papais itinerantes para formar e conduzir os tribunais.
                  Qualquer pessoa podia ser acusada de heresia, ser aprisionada sem poder ver a família e sem saber o nome do acusador. Se não confessasse seus supostos delitos era torturada impiedosamente. Tudo era feito com o consentimento do papa Inocêncio IV, que autorizou a tortura em 1252. 
               Além de serem obrigados a se confessar hereges, as vítimas da Inquisição eram forçadas a denunciar familiares e amigos, para que eles também fossem submetidos aos processos de tortura. Aqueles que confessavam rapidamente recebiam penalidades mais leves. Entretanto, alguns réus recebiam penas mais graves, tornando-se prisioneiros perpétuos e tendo todos os seus bens confiscados pela Igreja. O patrimônio de cada herege podia determinar qual pena seria mais interessante para os objetivos da Igreja. 
               Em 1231, um estatuto papal determinou que a fogueira fosse a punição-padrão para os hereges. Mas, para  disfarçar e não sujar tanto o nome da Igreja, as execuções deveriam ser realizadas por civis.
                 Por ocasião da peste bubônica, que tomou conta da Europa em 1348, espalhou-se a notícia de que os responsáveis pela doença eram os judeus que estavam envenenando os poços de água para contaminar toda a população. Esse boato resultou no massacre de judeus em mais de 300 cidades. Em 1349, em Mainz - Alemanha, cerca de seis mil judeus foram mortos de uma só vez.  Em algumas regiões da Alemanha os judeus foram confinados em suas casas até morrerem de fome. Durante os três anos da Peste Negra, cerca de 350 grandes massacres foram realizados contra o povo judeu.

             As pessoas que discordavam de alguns aspectos do Cristianismo passaram a ser consideradas bruxas. Na caça às bruxas a Santa Inquisição levou à morte, possivelmente, dois milhões de vítimas. Muitas mulheres e alguns homens foram torturados e morreram sob acusação de que eles voavam pelo céu e mantinham relações sexuais com Satã. As mulheres passaram a ser tratadas como seres traiçoeiros e desprezíveis e milhares foram condenadas à morte. Foi a partir de relatos desse tipo que a imagem feminina passou a ser associada ao demônio. 
                  As pessoas consideradas bruxas eram conhecedoras de sabedorias antigas e, portanto, tornavam-se uma ameaça para o soberania da Igreja. Na maioria das vezes eram condenadas á morte. O papa Gregório IX já havia autorizado oficialmente a morte de bruxas no século 12, mas a "moda" só pegou mesmo no século 15. Em 1484, o papa Inocêncio VIII emitiu um boletim que enfatizava a existência de bruxas e dizia que os que pensassem ao contrário poderiam ser condenados por heresia. Como conseqüência houve grande aumento de condenações. Cumanos, um dos inquisidores, mandou de uma só vez 41 mulheres para a fogueira, acusadas de bruxaria. 
                 Os civis encarregados de levar as pessoas à fogueira se tornaram populares e, ao mesmo tempo temidos por toda a comunidade européia. Isto não estava nos planos da Igreja. O carrasco Robert Le Bourge ficou famoso por matar 183 pessoas na fogueira em uma só semana. Outro carrasco de destaque foi Bernardo Gui que condenou e confiscou todos os bens de 970 pessoas. Dessas, um terço foi conduzida para a  prisão e 42 para a fogueira. 
               O medo das atrocidades fazia com que muitos acusados se convertessem ao Cristianismo. Como resultado, milhares de judeus e muçulmanos da Espanha se converteram. Mas logo foram acusados de não serem sinceros e de praticar suas religiões originais  na clandestinidade. Os "falsos cristãos" eram um novo alvo da Igreja e sua caça perdurou por longo tempo com a colaboração do rei Ferdinando e da rainha Isabel da Espanha. A partir de 1498, eles foram autorizados pelo papa a reviverem a Inquisição contra judeus e muçulmanos acusados de praticas religiosas secretas. Nessa etapa, conhecida como Inquisição Espanhola, o frei dominicano Tomás de Torquemada foi nomeado inquisidor-geral, matando mais de duas mil pessoas na fogueira e tornando-se símbolo de crueldade cristã.
            Em 1542, o papa Paulo III resolveu acabar com a influência protestante na Itália. Surgiu então a Inquisição Romana espalhando o terror e matando hereges por qualquer tipo de suspeita ou acusação. Foi nessa ocasião que figuras famosas como o filósofo e cientista Giordano Bruno morreram sob acusações heréticas. A partir de então a Inquisição se espalhou por diversas partes do mundo. 

                 A caça às bruxas se espalhou por toda a Europa.  Alemanha, Hungria, Espanha, Suíça, Itália, França, Suécia, Inglaterra, Escócia e até mesmo a colônia norte-americana de Massachusetts se empenharam em sua perseguição. Nas colônias americanas, em nome de Deus, muitos nativos foram dizimados. Qualquer um poderia ser considerado suspeito, aprisionado e torturado até confessar seus supostos "crimes" e denunciar seus "comparsas de bruxaria". 
                    Segundo os pesquisadores, a perseguição da Igreja Católica aos muçulmanos, judeus e hereges era uma luta em nome do Deus cristão, mas, também em nome da fé, muitas atrocidades foram cometidas por puro sadismo sexual e mundano. As mulheres recebiam tratamento diferenciado. Para serem torturadas, eram desnudas e tinham todos os pelos do corpo raspados. Isso evidencia que a verdadeira intenção era, também, satisfazer os instintos e as sádicas fantasias sexuais  dos inquisidores. Elas, quase sempre, eram condenadas a esse tipo de tratamento que podia ser assistido publicamente. As mais belas e excêntricas eram as preferidas dos acusadores e suas execuções reuniam multidões, especialmente de poderosos senhores do clero.

              As torturas das mulheres eram mais demoradas que as dos homens. Elas tinham as unhas arrancadas enquanto tenazes incandescentes eram aplicadas em seus seios. Diante de tanto sofrimento, a maioria acabava fazendo algum tipo de confissão e sua condenação era de acordo com ela. Na verdade a Igreja sempre demonstrou seu total desprezo as mulheres. Não se sabe ao certo quantas sofreram este tipo de tratamento, pois os registros desapareceram dos arquivos da Igreja, mas não há dúvida de que milhares delas foram condenadas e torturadas até a morte. Segundo consta em poucos registos preservados, 5.000 mulheres foram mortas na província de Alsácia, 900 em Bamberg, 2.000 na Bavária, 311 em Vaud, 167 em Grenoble, 157 em Wurzburg, sendo 133 em um único dia.
                  A Igreja Católica tem feito um grande esforço no sentido de apagar a memória de um período tão sangrento de sua história. Em 15 de março de 2000, o papa João Paulo II, no documento "Memória e Reconciliação: a Igreja e as Culpas do Passado",  listou as incorreções e os pecados cometidos pela Igreja Católica no passado quando, levada pelo seu crescente poder temporal, foi intolerante, opressora e até mesmo corrupta. 
                Com mais de 90 páginas, o documento se tornou a maior demonstração de expiação pública da história do Catolicismo. Por meio dele o papa, em nome da Igreja, pediu perdão pela série de pecados cometidos desde sua origem.
                É oportuno lembrar que muitos cristãos, inclusive do clero, eram radicalmente contra as práticas da Igreja naquela época, mas sentiam-se intimidados e não tinham como reagir diante do enorme poder que estava nas mãos dos seus principais dirigentes.
                 As igrejas sempre tiveram e, infelizmente, ainda tem grande domínio sobre a mente dos seus membros, que acreditam e acatam qualquer ordem   vinda dos líderes religiosos. Hoje, os objetivos continuam sendo dinheiro e poder político, mas felizmente já não se pratica crimes como na época da Santa Inquisição. As superstições só serão vencidas no dia em que prevalecer o conhecimento e a educação, que nunca interessaram às igrejas e tampouco aos políticos que preferem manter a massa humana ignorante e submissa.
              A história de cada um é um currículo de vida que não pode ser mudado, mas é também uma experiência que serve para iluminar o futuro.
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Nicéas Romeo Zanchett 
http://gotasdeculturauniversal.blogspot.com/ 
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http://selecaodehistoriasinfantis.blogspot.com/

 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O SORRISO DE CADA UM

                                      O SORRISO DE CADA UM
O sorriso é um estado de espírito que brota da alma. Mas são inúmeras as pessoas que tem medo de sorrir. Geralmente isso acontece porque existe constrangimento em mostrar os dentes devido a defeitos que muitas vezes vem da infância e nunca foram tratados adequadamente. No mundo moderno, em que as pessoas estão constantemente expostas, o problema se torna uma doença psicológica. 
A odontologia estética teve grande avanço e está em perfeitas condições de ajudar as pessoas a encontrarem a aparência desejada, melhorar a saúde oral como um todo e, em conseqüência, o bem-estar emocional, elevando a auto-estima e a auto-imagem. Um embelezamento do sorriso provoca aumento positivo da auto-imagem, tornando a pessoa mais confiante e segura na vida diária. A melhora da auto-estima pode estimulá-la a reativar planos de vida que haviam sido descartados pela falta de autoconfiança. 
Atualmente a odontologia estética tornou-se alvo de muito interesse, mas as pessoas ainda desconhecem o que pode ser feito para ter um belo sorriso. Ela ajuda a adultos que talvez desde a infância e adolescência sintam-se embaraçados para sorrir por causa de dentes defeituosos ou com alterações de cor. Problemas como esses podem até ter mudado o curso de vida de um jovem que, por medo do seu sorriso, acabou trilhando um caminho profissional que não desejava. 
São muito variados os motivos pelos quais as pessoas procuram o tratamento estético, mas os que mais se destacam são: os casos de vítimas de acidentes automobilísticos ou esportivos; crianças com dentes fraturados em acidentes durante brincadeiras, ou o simples uso de chupeta que muitas vezes causa desvio na direção do crescimento do maxilar;  idosos desejando uma aparência mais jóvem e saudável; artistas, modelos, políticos e personalidades envolvidas com a mídia além de muitos outros. Mas ela não existe apenas para pessoas importantes e destacadas, e sim para pessoas comuns como você e eu. 
Estes e outros problemas podem ser resolvidos aprimorando o sorriso e a aparência pessoal com um todo através de uma variedade de técnicas hoje disponíveis em boas clínicas odontológicas. 
Com o aumento da longevidade e o aprimoramento da prevenção, bem como das técnicas conservadoras, cada vez mais idosos mantém seus dentes naturais. Com a ajuda das novas técnicas e dos materiais disponíveis, pessoas da terceira idade estão apresentando um sorriso com aparência jovem, saudável e atraente. Os novos materiais e as técnicas adesivas dão aos dentes aparência natural e os recupera e protege nas regiões que tenham sofrido desgastes prejudiciais. 
O uso de produtos da odontologia estética só deve ser utilizado com orientação de dentistas especializados. O simples clareamento com gel branqueador nem sempre é indicado. O sorriso bege também é natural e bonito. Seu dentista pode clareá-lo, mas o tratamento vai mudar quimicamente a estrutura da matriz mineral. Segundo os especialistas, o clareamento não é indicado para dentes mortos, que sofreram tratamento de canal. O paciente deve ainda estar com os dentres tratados, sem cáries ou doença periodontal. Portanto, o gel vendido em famácias e importadoras é totalmente contra-indicado. O mau uso do gel oferece riscos aos dentes. Já o gel recomendado ou aplicado por dentistas pode dar excelentes resultados de branqueamento, mas não são indicados para todos os casos de dentes escurecidos. É fundamental que o tratamento com gel clareador seja sempre orientado por um dentista. 
Para dentes muito danificados, há o recurso das coberturas de jaquetas de porcelana. Geralmente são usadas para corrigir toda a boca e duram de cinco a dez anos, dependendo do tratamento e cuidados. O tratamento deve se adequar ao sexo, à idade e à personalidade do paciente. Dentes muito brancos numa pessoa com idade avançada ficam estranhos e até chocantes. Dentes com formas muito delicadas não combinam com homens, tampouco um sorriso angular e forte não fica bem numa mulher.  A arte de encontrar a cor mais adequada é um trabalho que muito depende do dentista e do protético. 
As jaquetas de porcelana são uma solução de beleza e naturalidade. A odontologia moderna permite a reconstrução de dentes sem utilização de metal em baixo da porcelana, dando-lhes resistência e naturalidade, mas só o conhecimento técnico e o bom senso do dentista determinarão o melhor tratamento. Não se trata apenas de vaidade, mas de correção de dentes danificados, corroídos pelo tempo ou por produtos químicos e mal-formados. Entretanto, quem sofre de bruxismo, por exemplo, não pode usá-las. É que o ranger de dentes à noite pode quebrar as jaquetas. Nesse caso o dentista saberá encontrar outra solução.
As resinas restauradoras são materiais relativamente novos, de baixo custo e excelentes resultados para restaurar dentes fraturados, obturar cavidades causadas por cáries e também é utilizada para buscar o clareamento. Elas não têm a durabilidade das porcelanas, mas podem resistir por mais de cinco anos quando bem cuidadas. 
As facetas de porcelana são mais simples do que as jaquetas e também oferecem ótimos resultados estéticos. Podem ser usadas em dentes desalinhados na arcada ou destruídos pelo fumo, pelo álcool ou até por refrigerantes ácidos. Alguns dentistas não aconselham seu uso porque suas lâminas (postas como unhas postiças) têm pequena durabilidade e favorecem as cáries por eventualmente permitirem acúmulo de alimentos entre o dente e a lâmina.
Os implantes dentários tiveram propaganda negativa porque clínicas e profissionais gananciosos e desonestos os usaram sem os devidos cuidados. Em busca exclusivamente de dinheiro rápido, eles prometiam verdadeiros milagres em curto espaço de tempo. 
Implantes dentários fixos são indicados apenas nos casos em que o dente e a raíz não têm mais salvação. Os implantes de titânio integram-se totalmente ao osso da boca e se transformam na raiz que sustentará definitivamente a prótese dentária. Eles têm sido o "sonho de consumo" de muitas pessoas que se sentem inseguras para sorrir, comer e até falar com conforto. 
Graças à evolução das técnicas dos implantes dentários nas últimas décadas, muitas pessoas venceram as barreiras dos aparelhos móveis e hoje levam uma vida social normal, desfrutando de uma especial capacidade mastigatória. Entretanto, muitos pacientes não possuem estrutura óssea mínima para receber os implantes de titânio. São pessoas que atravessaram longo tempo sem os dentes, provocando atrofia óssea, ou acidentes e infecções no passado, que levaram à perda de osso nos maxilares, impossibilitando o tratamento. Para casos assim vislumbra-se técnicas de transplantes ósseos e enxertos de materiais para estimulação do crescimento ósseo nos maxilares. Esse procedimento visa primeiro restaurar o osso onde posteriormente será implantado o pino de titânio. Trata-se, portanto, de uma técnica avançada que em muitos casos exige até internação. 
Como podemos concluir, para cada caso existe uma solução. Até as velhas "chapas móveis", que criam pavor pela possibilidade de se soltar da boca a qualquer momento, podem ser fixadas por pinos. 
O paciente que pretende ter êxito em seu tratamento precisa ter consciência de que não existe milagre, principalmente em termos de tempo. Cada caso deve ser avaliado individualmente. Com certeza seu dentista saberá conduzí-lo pelo melhor caminho e no mais curto espaço de tempo, mas nunca se deve esquecer que todo o "paciente", que quer um bom trabalho, tem que ter "paciência" e confiar no seu dentista.
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NOTA FINAL: Este artigo não é, de forma alguma, uma orientação médica odontológica.  Trata-se de uma simples postagem sobre as pesquisas  que fiz para meu próprio conhecimento e que certamente servirá para outros pacientes que, leigos como eu, desejam algumas informações sobre este importante tema. 
Nicéas Romeo Zanchett
http://amoresexo-arte.blogspot.com/
http://amoresexo-volume1.blogspot.com/