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domingo, 18 de dezembro de 2011

A CONSCIÊNCIA DA VIDA E DO ESPÍRITO

          A CONSCIÊNCIA DA VIDA E DO ESPÍRITO
      De onde viemos? Somos eternos? Quem é Deus? Para onde vamos? 
      Desde que tomou consciência de sua própria existência, o homem está em permanente busca de respostas para estas perguntas. 
      A árvore da vida é o centro onde buscamos a nossa origem. 
Vivemos num mundo onde tudo é veloz e com muita urgência queremos respostas que talvez nem  o tempo poderá nos dar. 
      Nos últimos anos a ciência nos tem dado muitas respostas sobre a origem do universo, mas é na origem do espírito (alma) que se encontra a resposta mais inquietante: Por que os humanos evoluíram e continuam evoluindo mais rápido do que as outras espécies vivas?  De onde veio o espírito que habita cada ser vivo? 
       A ciência comprova que o universo surgiu a cerca de 15 bilhões de anos; o sistema solar, e com ele a terra, a 4 ou 5 bilhões de anos; a vida sob forma de organismos unicelulares que, segundo estudos recentes, teria surgido a apenas 3.100 milhões de anos; os organismos multicelulares teriam surgido a 1.100 milhões de anos; os dinossauros teriam surgido a cerca de 225 milhões de anos e desaparecido  a apenas 65 milhões de anos; o homo erectus - espécie extinta de hominídeo - viveu entre 1.800 anos a 300.000 anos. 
      Somos produto do universo. Uma micro fagulha que pertence a este imenso espaço ainda desconhecido.  Precisamos ter consciência de que não estamos sós. Milhares de seres das mais diversas formas vivem espalhados por toda a galáxia. Apesar de toda a evolução humana, nossa inteligência ainda não é aparelho capaz de entender e dar as respostas que queremos. 
    Vamos iniciar este estudo buscando compreender a explicação de Darwin sobre a evolução das espécies na sua forma física.
     As raízes do homem é muito mais antiga do que se acreditava há alguns anos atrás. Teria surgido na Era Secundária com o aparecimento do hominídeo. 
     O homo-habilis - capaz de fabricar um instrumento - foi o primeiro a dar o passo decisivo que o separou da animalidade para a humanidade e deu origem ao homo-sápiens, nosso semelhante.
    Os dados fornecidos pela pré-história dão luz a antropologia. É a reconstrução, da maneira mais minuciosa e fiel possível,  num período cada vez mais preciso, para compreendermos o que foi a existência de nossos distantes antepassados em suas etapas sucessivas, e nos diversos meios em que evoluiu.  Essa reconstrução tornou-se possível graças ao emprego de métodos novos, datações radiativas, escavações horizontais que permitem encontrar, no seu estado primitivo, diferentes solos de ocupação, estudos dos pólens e também pela formação de equipes pluridisciplinares reunindo todos os investigadores do passado. 
     A África Oriental, berço do gênero humano, e o Oriente Médio, que deu origem ao homem moderno, é o local onde as pesquisas fizeram surgir uma nova visão da pré-história. 
O homem não é uma simples evolução do macaco, mas fez parte do grande grupo de primatas originários do final da Era Secundária. Em torno de 50 milhões de anos.
Foi no Egito, mais precisamente no depósito de Fain, que os arqueólogos descobriram, em camadas que datavam do início do oligoceno, os mais antigos fósseis que marcam a separação entre os macacos e os hominídeos. Tratava-se, essencialmente, do propliopiteco e do parapiteco. O primeiro é certamente um antepassado do gibão e muito provavelmente de todos os antropomorfos que a evolução diferenciou em seguida até os atuais chipanzés, gorilas e orangotangos. O segundo, nitidamente menor, apresenta molares e sobretudo pré-molares muito próximos aos do homem. O que parece certo é que desde o oligoceno - cerca de 40 milhões de anos - a separação já estava realizada entre os dois ramos dos antropomorfos e dos hominídeos.
    Existe uma grande lacuna vazia, da qual nada ou quase nada sabemos. O imenso espaço de tempo que transcorreu até o aparecimento dos primeiros australopitecos, por volta de 5 milhões de anos, é desconhecido.   
      Os hominídeos foram encontrados em diversas partes do mundo. 
     Na metade do século XIX foram encontrados numerosos restos em jazidas na Toscana. Entre eles um esqueleto completo.  Por seu crânio relativamente volumoso, por seu rosto e sua dentição, e principalmente por sua bacia que revela uma adaptabilidade à posição bípede. Este fóssil é de um oreopiteco e pertence à ordem dos hominídeos. Seus membros posteriores curtos e seus membros anteriores muito compridos indicam que estava adaptado à vida arborícola. Esta espécie desapareceu sem deixar descendentes. 
      Na Índia foi descoberto o ramapiteco. Possuímos apenas alguns fragmentos do maxilar e das mandíbulas. Também o fóssil do queniapiteco, descoberto pelo cientista norte-americano Leakey, tem as mesmas características e portanto ambos foram classificados como hominídeos pelos paleontólogos. Segundo os estudos de Leakey, o queniapiteco não era um fabricante, mas apenas um utilizador de equipamentos. Para chegar ao homo sapiens houve uma lenta evolução de milhões de anos. 
      Por mais escasso que sejam os dados sobre o período do mioceno, pelo menos dois hominídeos viviam  na extensa região afro-indiana: um deles, o oreopiteco, estava adaptado à vida herbívora; o outro, o ramapiteco, adaptado à vida de solo, sendo que evoluções sucessivas conduziram-no provavelmente à condição de australopiteco. Nesta evolução se deu o passo decisivo que levou à hominização que foi a fabricação de instrumentos. Esta façanha é creditada tanto ao australopiteco como ao homo habilis, pois trata-se de uma única e mesma espécie, ou pelo menos de duas espécies muito próximas. Embora muito semelhantes, o australopiteco desapareceu e o homo habilis continuou sua jornada evolutiva até o homo sapiens. 
       Os primeiros restos de australopitecos foram encontrados na África Austral, mas foi na Etiópia, no Quênia e na Tanzânia que se realizaram descobertas extraordinárias. 
     Durante dois ou três milhões de anos, duas grandes espécies de hominídeos coabitaram uma extensa região da África (da Etiópia ao Transval e do Quênia ao Chade). A primeira espécie, singularmente maciça e robusta, mas comportando uma grande variedade de formas, foi dos australopitecos. Seu tipo é o famoso ginantropo, descoberto por Leakey, em Oldoway. Sua dentição, caracterizada por molares e pré-molares muito grandes e pela pequenez dos crânios e dos incisivos, revela uma criatura herbívora.  Seus ossos da bacia e dos membros inferiores mostram que sua adaptação à marcha bípede não era perfeita. Sua capacidade craniana, segundo Tobias, é de 500 cm3. A segunda espécie, batizada de homo habilis por Leakey, é muito mais delicada. Sua dentição, com redução dos molares e alargamento da parte anterior do maxilar, sugere um regime carnívoro e sua bipedia é perfeitamente desenvolvida. Também sua capacidade craniana é muito superior, com 675 cm3. 
As mais antigas ferramentas de que se tem notícia datam de 2.100 a 2.600 milhões de anos. Esses instrumentos são essencialmente seixos de quartzo ou sílex, grosseiramente talhados em uma ou duas faces, de maneira a fornecer uma aresta cortante. Com estes instrumentos cortantes eles conseguiam caçar e matar grandes animais. 
         As grandes descobertas se proliferaram e continuam nos dando novas pistas. O pitecantropo em Java, o sinantropo em Pequim, o atiantropo na África do Norte, o homem de Heidelberg e de Montmaurin na Europa, o de Olway na África Oriental. 
      O homem ereto, que surgiu a mais de um milhão de anos, vai ocupar, com suas diversas raças, o primeiro plano da história até 200 mil anos atrás. Embora conserve um certo número de traços primitivos -crânio estreito e alongado, testa extremamente inclinada, mandíbula pesada, queixo inexistente, dentição caracterizada por caninos vigorosos,  - ele se diferencia  por um aumento acentuado da capacidade cerebral que oscila entre 850 e 1200 cm3. Seus membros são de aspecto nitidamente humano e perfeitamente adaptado à marcha bípede; sua altura oscila entre 1,50 e 1,60 m; sua indústria característica é a da "pedra lascada" ou bifasses, a partir de um seixo ou sílex. 
     Esses progressos técnicos, por mais lentos que tenham sido, são característicos da evolução psíquica do homem ereto. Na sequência evolutiva, o homem ereto descobre o fogo, como provam diversos braseiros encontrados perto de Pequim, nas cavernas de Chou Kou Tiem. Assim finalmente surgia o homo sapiens, homem inteligente. Embora esta fase da evolução seja a mais próxima de nós, é também a mais controvertida. 
       Na sequência temos o homem de Neandertal que a 80 mil anos dominava a Europa ocidental. Apesar de pequeno e atarracado, tinha um crânio com 1.400 cm3, perfeitamente comparável ao do homem atual. 
       Há 40 mil anos o homem de Neandertal desaparece bruscamente. Sem transição foi substituído pelo homem moderno, o homem Cro-magnon, de Grimaldi e de Chancelade. Era tão parecido conosco que, vestido com nossas roupas, não seria percebido no nosso meio. Suas realizações artísticas em Lascaux, Niaux, Altamira e muitos outros lugares, atestam que suas faculdades intelectuais não eram inferiores às nossas. Não foi encontrado nenhuma transição morfológica de um tipo a outro. Isto se deve ao pouco tempo de evolução. Apenas alguns milhares de anos. 
        Não podemos afirmar que todo o enigma tenha sido esclarecido definitivamente. Algumas descobertas recentes sugerem novas direções às pesquisas.  O conhecimento científico atual nos possibilita compreender com mais certeza a nossa evolução. 
       Não se pode confundir a teoria do policentrismo com o do poligeísmo, de caráter racista e que foi levada ao extremo nos anos 1930. Fazia do chipanzé o antepassado da raça branca, do gorila o da raça negra, e do orangotango da raça amarela. Isto é pura ignorância sem nenhum fundamento.
        O homo sapiens constitui uma espécie única, como provam as possibilidades de Inter fecundação entre as diferentes raças. A paleontologia é confirmada pela genética que somos todos uma única raça: a raça humana. Ela só pode provir, por isso, de uma espécie única. A esse respeito, o poli centrismo não faz mais do que antecipar no tempo o problema da origem do homem atual. 
         Somos da raça humana, mas nossos ancestrais povoaram diversas regiões do mundo e talvez por isso somos originários de várias raças cuja essência humana é única.  Podemos admitir que durante milênios, pela ação de misturas, constituiu-se, a partir de diferentes grupos, mas em proporção variável, um grupo genético comum à humanidade inteira. Podemos até pensar que o próprio homem de Neandertal nos legou alguns de seus genes. O importante é compreender que todos os acontecimentos da evolução se processaram através de uma única espécie: a nossa. 
       As raças atuais, quer sejam oriundas das três raças Cro-Magnon, Grimaldi e Chanceleada,  só se diferenciaram a uns 10 mil anos, quando as práticas da agricultura e da criação de animais, levando à vida sedentária, possibilitaram ao clima operar a separação entre as mutações de pele clara e as mutações de pele escura.  
      Mesmo sob as luzes que iluminam a pré-história subsistem enormes regiões de sombra. Os próprios fatos ainda continuam escassos. Quanto mais voltamos no tempo mais difícil fica encontrar as provas definitivas.
DEUS, O CÉREBRO E O ESPÍRITO
      Com o despertar da consciência, o homem passou a encarar o espaço que o rodeia como epifania do divino. A divisão do espaço sideral surge como padrão temporal traçado pelo movimento dos planetas.
       Como vimos na evolução do homem, o cérebro avolumou-se na medida em que ele evoluía rumo aos nossos dias. 
     O ser humano, pela sua própria natureza e formação evolutiva, possui instintos de imaginação e ação, participando dos acontecimentos cósmicos com sonhos e ritos religiosos. Os primitivos viviam num permanente estado de terror e medo que resultava em constantes celebrações e ritos mágicos, destinados a manter longe os aspectos pavorosos da natureza. Todos os acontecimentos climáticos inesperados despertava o medo e a desconfiança.
     Toda a existência humana está entrelaçada pelo ciclo da transformação. O nascimento, a morte e o renascer é um interminável fenômeno que nossa mente ainda não atingiu a maturidade do entendimento. 
      Sabemos que todos os seres vivos tiveram origem no Big Beng. resultante da explosão que criou o Universo, segundo a teoria aceita cientificamente, há cerca de 13 ou 15 bilhões de anos. Apesar de ser a ideia mais aceita pela ciência, o Big Bang  nunca foi comprovado e é bem provável que nunca seja.
        A matéria que compõe e permite a existência da vida já é assunto amplamente discutido e conhecido, mas a mente humana tem poderes que estamos longe de compreender. É nela que está o segredo da espiritualidade que nos leva a crenças como a existência de um deus universal.
      Não se pode negar que o ser humano é um ser espiritual e isto tem dado asas a imaginação sobre o criacionismo divino. Pensando cientificamente podemos concluir, sem de dúvida, que a matéria evoluiu gerando o atual estágio de todas as coisas do nosso tempo.  Da mesma forma, pensando cientificamente, não podemos descartar a hipótese que que o espirito foi criado na mesma explosão do Big Bang e que, portanto, também está em constante evolução. Nessa condição, aquilo que chamamos de Deus seria a soma de toda a energia existente no Universo.           Esse universo que habitamos continua sua interminável expansão e, dessa forma, a evolução material e espiritual,  também continuarão sua evolução. Mas precisamos ter a consciência de estamos apenas no crepúsculo de um conhecimento cujo complemento nunca atingiremos. Bem antes disso seremos extintos.
Nicéas Romeo Zanchett


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